A diretora executiva do Fundo da Organização das Nações Unidas para a Infância, Henrietta Fiore, disse que estes são os números que foi possível verificar, mas que os reais “são provavelmente muito maiores”.
“Atualmente, há uma ideia errónea e alarmante de que o fim do conflito na Síria está perto, mas não é assim”, adiantou, em comunicado.
Segundo a UNICEF, as minas não detonadas causam a maior parte das vítimas infantis na Síria e, no ano passado, foram responsáveis por 434 mortes e ferimentos, num período em que se registou um número nunca visto de ataques a instituições de ensino e de saúde, 262 no total.
Fiore disse estar “particularmente preocupada com a situação em Idlib, no noroeste da Síria, onde a escalada de violência matou 59 crianças nas últimas semanas”.
A responsável observou que crianças e famílias “ainda vivem no limbo” e em Rukban, perto da fronteira com a Jordânia, a situação “é desesperada”, com acesso limitado a comida, água, habitação, assistência médica e educação.
A diretora executiva também alertou para o agravamento das condições no campo de Al Hol, no nordeste do país, que abriga mais de 65 mil pessoas, das quais cerca de 240 crianças estão desacompanhadas ou separadas das famílias.
“Desde janeiro deste ano, cerca de 60 crianças morreram quando faziam a viagem de 300 quilómetros de Baghouz até o acampamento”, indicou a UNICEF.
A agência da ONU chamou a atenção para o futuro dos filhos de combatentes estrangeiros na Síria, que “ainda não está claro”, e instou os Estados-membros a assumirem a responsabilidade por aquelas crianças e a tomarem medidas para evitar que se tornem apátridas.
Os países vizinhos da região abrigam 2,6 milhões de crianças refugiadas sírias. Muitas famílias, apesar da ajuda dos respetivos governos e da ONU, não as podem enviar para a escola devido à falta de rendimentos, o que potencia o trabalho e o casamento infantis.
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