“A unidade móvel de atendimento te por base uma estratégia definida a nível nacional que visa aumentar a proximidade da PSP com o cidadão”, afirmou, em declarações aos jornalistas, subcomissário do Comando Metropolitano da PSP do Porto, Ricardo Claro.

No concelho do Porto serão cinco os locais onde a unidade móvel de atendimento vai operar, nomeadamente, na Praça da Batalha, na Praça Gomes Teixeira, na Estação da Trindade, na rua da Estação (próximo da Estação de Campanhã) e na rua do Molhe (na interceção da Avenida Montevideu junto à praia da Foz).

“A unidade móvel vai variando nestes locais”, disse, acrescentando que, tendo em conta o “maior fluxo de turistas e cidadãos na via pública”, a infraestrutura vai funcionar durante a tarde e a noite, subdividindo-se em três turnos (entre as 16:00 e 20:00, entre as 21:00 e 00:00, e entre as 00:00 e 05:00).

Questionado pelos jornalistas sobre qual era a vantagem da infraestrutura, comparativamente ao atendimento numa esquadra, o subcomissário Ricardo Claro salientou que a mesma “permite que o cidadão não se tenha de deslocar a uma esquadra para pedir informação, participar um extravio ou uma simples queixa”.

A unidade móvel, salientou o subcomissário, “permite estar mais próximo dos cidadãos”.

Nesta unidade, os cidadãos podem solicitar informações, participar um extravio de documentos, bem como apresentar queixas, ainda que alguns tipos criminais, devido à sua “reserva”, como uma queixa de violência doméstica, possam vir a ser encaminhados para uma esquadra.

Também questionado se o lançamento desta unidade móvel já estava definido antes do encerramento da 9.ª Esquadra da PSP do Porto, na zona do Infante, o subcomissário assegurou que as mesmas ”não são uma inovação” na PSP, uma vez que existem desde 2018 e integram uma “estratégia definida que permite a PSP aproximar o cidadão”.

“As unidades móveis de atendimento não foram criadas agora, já têm vários anos e são uma estratégia que nos permite aproximar do cidadão”, disse, acrescentando que as mesmas também surgem devido ao aumento do número de turistas no concelho do Porto, depois de dois anos de interregno devido à pandemia da covid-19.

O subcomissário salientou ainda que só depois de uma “avaliação dos resultados” se poderá decidir se esta infraestrutura será replicada noutras zonas do Porto ou noutros concelhos.

“Vamos avaliar os benefícios que esta unidade terá e avaliar outros locais neste concelho ou em concelhos vizinhos”, acrescentou.

A unidade móvel, que está, para já, “planeada” para funcionar durante o verão, será acompanhada de um carro patrulha e uma carrinha de intervenção, que no seu conjunto reúnem entre oito a 10 elementos.

O teste de lançamento da unidade móvel de atendimento da PSP no Porto, anunciado na segunda-feira de tarde pelo ministro da Administração Interna para sábado, foi antecipado para hoje, após acordo com o presidente da Câmara, Rui Moreira.

À data, questionado sobre a polémica em redor da esquadra do Infante, José Luís Carneiro disse que “já está aberta” e a funcionar 24 horas por dia, e Rui Moreira falou num “aspeto de comunicação”, salientando que “às vezes um telefonema resolve a questão”.

A comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP, Paula Peneda, admitiu também na segunda-feira que o atendimento poderá fechar novamente “se houver necessidade”, após uma reunião com o ministro da Administração Interna.

No domingo, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara do Porto reagiu ao edital publicado naquela esquadra da baixa do Porto, no qual se lê que “por imperativos de ordem operacional o serviço de atendimento ao público está suspenso até às 16:00”, manifestando-se “completamente surpreendido”

Já na reunião do executivo disse que o encerramento do serviço demonstra ”grande insensibilidade” e vai contribuir para “um sentimento de insegurança e abandono” da população, e o ministro, em Lisboa, afirmou que esquadra suspendeu temporariamente o atendimento e esta decisão de “ajustamento do horário” de funcionamento “não é a primeira vez que acontece” no país.

Já o PSD vai apresentar um requerimento para a audição do ministro, anunciou hoje o vice-presidente do partido Paulo Cunha, que acusou o Governo de ”falta de humildade” e “insensibilidade”.