“Todos os ensinamentos que o doutor Savimbi nos deixou, e todas as suas profecias, posso chamar assim, são vivenciadas agora, falavam de situações que acontecem agora. De um país que tem potencialidades enormes e é incapaz de facultar aos seus cidadãos uma vida condigna, aquilo que é de básico para a vida de qualquer pessoa”, afirmou o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Isaías Samakuva falava em entrevista à agência Lusa, em Luanda, a propósito do aniversário da morte em combate, na província do Moxico, de Jonas Savimbi, a 22 de fevereiro de 2002, garantindo que a crise que Angola vive, devido à quebra nas receitas provenientes do petróleo, o descontentamento popular e as eleições gerais de agosto próximo, reforçam a recordação da memória do fundador da UNITA.
“Nós constatamos que as causas que levaram o país à situação presente são as causas que sempre foram previstas pelo doutor Savimbi. Ele dizia mesmo que o país corria o risco de ver uma burguesia que iria se comportar de uma forma pior do que os colonialistas e que cuidaria apenas dos seus interesses e não dos interesses do povo”, enfatizou Samakuva.
A UNITA tem vindo a afirmar que tem condições para chegar ao poder nas eleições gerais deste ano, às quais já não concorre o líder histórico do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e chefe de Estado angolano desde 1979, José Eduardo dos Santos.
“Tudo o que ele [Jonas Savimbi] buscava era a felicidade dos angolanos, era servir os angolanos. Na realidade é aquilo que nós continuamos a buscar e que corresponde ainda às aspirações dos angolanos. Achamos que estamos no caminho correto, que no fundo já era invocado pelo doutor Savimbi”, garante o líder da UNITA, assumindo que existem agora “razões de sobra” para invocar a memória do fundador.
Isaías Samakuva lidera a UNITA desde 2003 e como presidente deverá liderar a lista do partido às eleições gerais de agosto. Pela frente terá João Lourenço, vice-presidente do MPLA, o único partido que já oficializou as suas listas de candidatos (círculos nacional e provinciais) às próximas eleições.
Jonas Malheiro Savimbi morreu aos 67 anos, na província do Moxico, acossado por uma ofensiva das tropas governamentais, e morreu a lutar, tal como o fizera ao longo da vida, primeiro contra o regime colonial português, depois contra o imperialismo soviético.
Ao longo de quase 40 anos perseguiu o ideal de resgatar a etnia ovimbundo, maioritária no centro e leste de Angola, onde nasceu, da tradicional dominação dos kimbundos, dominantes na região de Luanda e centro norte.
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