Em declarações à Lusa, Fátima Vieira, vice-reitora da Universidade do Porto (UP) para a cultura e museus, afirmou hoje que a exposição pretende mostrar "o retrato e a história de vida" de 12 mulheres que, desde o final do século XIX, se destacaram na área das ciências, artes e saúde.
"A nossa preocupação é fazer um evento que promova a reflexão. Assumimos como lema da Casa Comum esta ideia de que a universidade tem a capacidade de transformar a cidade e o que queremos é trazer o público à academia", frisou.
O ciclo 'E contudo, elas movem-se! Mulheres e ciência', que arranca esta terça-feira com a inauguração de uma exposição nas arcadas da reitoria da UP, vai homenagear, entre outras figuras, a médica ginecologista Adelaide Cabete, Carolina Beatriz Ângelo, que foi a primeira mulher a votar em Portugal, e Leopoldina Ferreira Paulo, a primeira mulher a doutorar-se na Universidade do Porto.
Para Fátima Vieira, um dos momentos mais "significativos" deste ciclo vai ser a homenagem a Leopoldina Ferreira Paulo com a colocação do seu retrato no salão nobre da Universidade.
"Vai ser o primeiro retrato de uma mulher no salão nobre, que, atualmente é composto por homens. Com esta homenagem vamos fechar um ciclo, mas, ao mesmo tempo, vamos abrir uma nova era", salientou.
Além da exposição, o programa do ciclo 'E contudo, elas movem-se! Mulheres e ciência' conta com 25 diferentes atividades, desde mesas-redondas, conversas informais, conferências, ciclos de cinema e lançamentos de livros.
"Todas as sessões vão ser na Casa Comum da reitoria, o que também reflete a nossa vontade de pensar no lugar da mulher neste espaço da academia", concluiu.
O programa, que é liderado pelo Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e pela Reitoria da Universidade do Porto, vai até dia 29 de outubro assinalar o contributo destas 12 mulheres e destacar os obstáculos que tiveram de ultrapassar para serem reconhecidas no contexto académico e profissional.
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