De acordo com o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Fontainhas Fernandes, citado no comunicado, a "primeira prioridade da agenda das universidades para a próxima década [2020-2030] será a promoção do desenvolvimento das regiões onde estão inseridas" e que, por essa razão, o CRUP vai "exigir" ao Governo que as verbas europeias que financiam projetos de inovação e investigação "continuem nos futuros programas operacionais regionais".
Fontainhas Fernandes, também reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), acrescenta que a descentralização das verbas, promovida pelo Portugal 2020, foi "muito positiva para a articulação entre as universidades e as empresas", para "as dinâmicas de transformação digital", assim como para a "incubação e competitividade empresarial" verificadas nos últimos anos.
"O recorde de utilização de verbas europeias pelas universidades verificado em 2018, mais de 300 milhões de várias proveniências, só foi possível devido a uma gestão descentralizada”, salienta Fontainhas Fernandes.
A aproximação dos sistemas académicos e científicos às empresas, administração pública e agentes culturais é o tema de 3.ª sessão da Convenção do Ensino Superior, que decorre na Reitoria da Universidade do Porto, no próximo dia 9.
"A grande questão que a convenção vai discutir no Porto é o que é preciso fazer para que o conhecimento gerado nas universidades produza mais e melhores efeitos na economia e na sociedade. (...) Nos próximos dez anos as universidades devem reforçar o seu posicionamento no desenvolvimento do país, aumentando o nível de riqueza e atenuando a macrocefalia do território", afirma o reitor.
A sessão, que junta reitores, investigadores e empresários, conta com uma intervenção do primeiro-ministro, António Costa, prevista para as 10:00, e do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, presente no painel de encerramento.
O reitor da UTAD adianta que perante a presença dos governantes vão ser exigidas que todas as "tentações de centralizar sejam evitadas", acrescentando que "as parcerias entre as universidades e o sistema empresarial funcionam tanto melhor quanto menos precisam de ir a Lisboa resolver problemas".
A Convenção do Ensino Superior, promovida pelo CRUP, arrancou em janeiro, no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, numa sessão cujo tema era o aumento em 50% nos próximos dez anos do número de jovens a frequentarem o ensino superior, seguindo-se, em 15 de março, a segunda sessão na Universidade de Aveiro, dedicada à discussão do binómio ensino e investigação.
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