Segundo o gabinete de comunicação do HGO, cerca das 09:00 o serviço de urgência pediátrica estava a funcionar “com toda a normalidade”.
Durante o período do fecho da urgência de pediatria – das 20:00 às 08:00 - acorreram aquele serviço dois utentes (pelas 03:00 e pelas 06:00), que foram informados para se deslocarem aos hospitais Santa Maria ou Dona Estefânia, em Lisboa.
O Conselho de Administração do HGO disse, no sábado, lamentar esta situação, mas assegurou que estão a decorrer “todas as diligências necessárias para ultrapassar as dificuldades”, em articulação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e com a tutela.
Na sexta-feira, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul alertou que a urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta continuava em risco de fechar à noite.
“A proposta dos colegas de pediatria é muito clara: têm que deixar de fazer bancos de urgência à noite, porque só sete pediatras é que fazem urgência e, desses sete, só quatro têm menos de 55 anos [e fazem noites]”, afirmou à agência Lusa o presidente do sindicato, João Proença.
Segundo este responsável sindical, há uma grande carência de pediatras neste hospital de Almada, no distrito de Setúbal, o que faz com que os médicos ao serviço se encontrem “exaustos” por terem que fazer banco de urgência “dia sim, dia não”.
O sindicalista sublinhou ainda que “estes colegas estão a fazer bancos de 24 horas quatro vezes por semana”.
“Vários setores de serviço estão direcionados para a urgência, que é uma porta aberta para as pessoas, mas não tem qualidade e põe em causa a vida dos próprios médicos”, afirmou.
A proposta do sindicato e dos especialistas é que “transfiram médicos de outros hospitais” para que se consiga assegurar a escala de serviço com dois graduados em pediatria e dois internos, ao invés de apenas um especialista, como tem acontecido neste hospital, onde se atendem cerca de 200 crianças por dia.
A falta de pediatras no Garcia de Orta já se arrasta há mais de um ano, quando saíram 13 profissionais, mas nem o lançamento de concursos foi suficiente para colmatar esta carência porque “ninguém concorreu”, adiantou o responsável.
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