O esclarecimento do Conselho de Administração do CHLO surge um dia depois de a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde ter anunciado que, a partir de 01 de abril, os serviços de urgência de Pediatria dos hospitais S. Francisco Xavier (Lisboa), Beatriz Ângelo (Loures) e do Centro Hospitalar do Oeste encerram entre as 21:00 e as 09:00, no âmbito da estratégia de reorganização das urgências de Pediatria na Região de Lisboa e Vale do Tejo.
Informando que o Serviço de Urgência Pediátrica vai manter o mesmo horário que pratica há 20 anos, ou seja, diariamente entre as 09:00 e as 22:00, o centro hospitalar refere em comunicado que a sua experiência diz que este horário permite que “um número significativo de utentes possa regressar a casa dos seus trabalhos e ainda ter tempo de, caso seja necessário, recorrer com as crianças” a este serviço.
O centro hospitalar clarifica ainda que, desde que se iniciou este regime há 20 anos, os seus pediatras colaboram com “a urgência do Hospital Dona Estefânia que se pretendia centralizada, contribuindo para a UML [Urgência Metropolitana de Lisboa] de Pediatria, não sendo um facto novo”.
Aludindo à demissão em bloco dos chefes de equipa de urgência de Medicina Interna do Hospital São Francisco Xavier, anunciada numa carta enviada na segunda-feira ao Conselho de Administração, o CHLO adianta que prosseguem as reuniões para encontrar as “melhores soluções”.
“As reuniões com os especialistas de Medicina Interna prosseguiram e prosseguem para se encontrarem as melhores soluções para uma prestação de qualidade no Serviço de Urgência Geral”, afirma o Conselho de Administração no comunicado.
Na carta assinada por 16 assistentes hospitalares de Medicina Interna do CHLO, a que a agência Lusa teve acesso, os médicos afirmam que a crise que o Serviço de Urgência Geral vive “é antiga e tem vindo a agravar-se nos últimos anos”.
No entanto, perante o agravamento dos problemas, “com impacto na prestação de cuidados de excelência aos doentes que recorrem a este serviço, e tendo em conta a inércia” da direção da urgência e da administração do centro hospitalar, os signatários da carta apresentam agora a sua demissão em bloco das funções de chefia e subchefia das equipas de Medicina Interna do Serviço de Urgência Geral, com efeito a partir de quarta-feira.
Em julho do ano passado, a grande maioria dos subscritores anunciou a demissão por considerar que não estava devidamente assegurada a equipa para garantir a escala do mês de agosto.
Os médicos afirmam na carta, enviada também para a Ordem dos Médicos e sindicatos, que foram iniciadas na altura negociações com o atual conselho de administração com “o intuito de encontrar soluções que colmatassem as insuficiências denunciadas”.
“Nos últimos sete meses, apesar da disponibilidade do grupo de Assistentes Hospitalares (AH) de Medicina Interna para colaborar com a instituição que representa, nenhuma mudança estrutural foi proposta ou executada, pelo que o problema que motivou a comunicação prévia agravou-se, tal como antecipado”, afirmam os especialistas na carta.
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