Manuel Soares, porta-voz da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT), falava à Lusa no final da reunião realizada ao fim da tarde de hoje com os responsáveis do Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo (ACES-MT), no âmbito dos contactos regulares com as estruturas do setor na região.
Na reunião, que se seguiu à realizada recentemente com o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), a CUSMT quis saber como está a ser preparado o plano de vacinação para o próximo inverno, apelando a que, para evitar constrangimentos perante a possibilidade de haver uma grande afluência, haja uma programação atempada e uma campanha de informação junto dos utentes.
Manuel Soares salientou que existem “muito bons índices de vacinação” no distrito de Santarém e disse acreditar que, pelo exemplo dos países do hemisfério Sul que já entraram no inverno, as medidas de prevenção impostas com a covid-19 poderão, em conjunto com a vacinação, evitar uma “catástrofe”.
Na reunião foi ainda abordado o “problema estrutural” que representam os lares e casas de acolhimento de idosos, estruturas da responsabilidade da Segurança Social, mas em que a Saúde surge “na primeira linha”, disse.
Em particular, referiu o facto de os médicos de família não poderem fazer assistência ao domicílio nestas estruturas, o que leva a que, quando ficam doentes, os idosos sejam encaminhados para as urgências dos hospitais.
Para a CUSMT, esta é uma questão que tem de ser tratada a nível nacional, sugerindo que os apoios concedidos, no âmbito da covid-19, às famílias que ficam com os filhos em casa possa ser aplicado também às que ficam com os idosos.
Manuel Soares afirmou que as equipas criadas no âmbito da covid-19 mantêm contactos semanais com as instituições, não se tendo registado recentemente nenhum surto da doença em lares do Médio Tejo.
Sublinhando que todos os profissionais dos lares da região foram testados, numa iniciativa que envolveu o CHMT e a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, o porta-voz da CUSMT afirmou que têm vindo a ser feitos testes por amostragem, dando alguma garantia de que a situação está a ser monitorizada.
A questão dos equipamentos de proteção individual dos profissionais de saúde foi outro assunto em debate, tendo sido feito um apelo à resolução dos “problemas logísticos” que se têm verificado, dado que o ACES-MT conta com 90 instalações.
O porta-voz da CUSMT disse ainda esperar que sejam preenchidas as 10 vagas do concurso aberto para colocação de médicos de família na região, salientando o facto de nove clínicos se terem reformado este ano.
As incertezas sobre como vai funcionar o próximo ano letivo estiveram igualmente em análise, acreditando Manuel Soares que, a exemplo do que aconteceu com a reabertura das Atividades de Tempos Livres e das creches, “possa correr bem”.
Manuel Soares apelou a que a colaboração que se tem verificado entre autarquias, forças de segurança, bombeiros, segurança social, saúde se estenda a “outras questões de saúde pública, nomeadamente na prevenção da doença e na promoção da saúde”.
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