Segundo avança o diário espanhol El País, o organismo decidiu "desativar o exercício de qualquer cargo público do cidadão (Juan Guaidó) pelo prazo máximo estabelecido na lei", declarou o controlador do governo, Elvis Amoroso, por meio da televisão estatal.
Amoroso terá assinalado de que "presume" que Guaidó - líder autoproclamado reconhecido por mais de 50 países enquanto presidente do país por oposição a Nicolás Maduro - terá "ocultado ou falseado" dados da sua declaração de património e de ter recebido "dinheiro de instâncias internacionais ou nacionais sem justificar."
A CGR é composta unicamente por simpatizantes do regime.
"O escritório encarregado dos registos migratórios da Venezuela revelou que o deputado Juan Guaidó realizou 91 viagens ao estrangeiro, por um custo superior a 300 milhões de bolívares (80.400 euros, cada uma) em que não há registo dos recursos que utilizou", disse.
Segundo o controlador-geral, estão por justificar 570 milhões de bolívares (152.760 euros) correspondentes a viagens que totalizam 248 dias, em oito meses.
Elvis Amoroso explicou que no passado dia 11 de fevereiro aquele organismo "ordenou o início uma auditoria patrimonial ao deputado em desacato, Juan Guaidó, por ocultar informação na sua declaração e por receber fundos não declarados, desde o exterior".
Segundo o controlador-geral, Guaidó "tem usurpado funções públicas e cometido ações com governos estrangeiros que prejudicam o povo da Venezuela e o seu património público" e que atentam contra "a estabilidade democrática e a ordem constitucional da República".
"Considerando que o artigo 105 da CGR faculta a imposição de sanções de impedimento legal a funcionários públicos, decide-se inabilitar o cidadão Juan Guaidó para exercer qualquer cargo", anunciou.
A entidade solicitou ao Ministério Público que "exercesse as ações correspondentes" e a autoridade fiscal para inspecionar os hotéis onde o opositor se hospedou na Venezuela. Também considerou que Guaidó "escondeu ou falsificou dados contidos na sua declaração de patrimônio".
O controlador-geral precisou que "cada um dos deputados cumpre com a sua declaração jurada" e que "cada viatura ou rendimento que possam ter deve ser declarado na CGR, por isso se aplicam estas sanções ao deputado em desacato, Juan Guaidó".
Segundo Elvis Amoroso, o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, e também presidente da Assembleia Nacional (onde a oposição detém a maioria) "teria falseado dados na declaração jurada de bens" e também "teria recebido dinheiro de instâncias nacionais e internacionais, sem justificar".
A CGR ordenou a continuação da investigação iniciada em fevereiro, sobre o património de Juan Guaidó, e pediu a cooperação, sobre esta matéria, a outras instituições, entre elas o Serviço Nacional Integrado de Administração Alfandegária e Tributária (SENIAT).
O controlador-geral precisou que foram enviadas comunicações a Juan Guaidó, para que justificasse os rendimentos recebidos, como deputado da Assembleia Nacional, mas este não respondeu a nenhum dos pedidos.
Elvis Amoroso frisou ainda que Juan Guaidó teria usado aeronaves privadas para viajar, sem especificar quais as empresas ou instituições que financiaram as viagens.
A entidade em questão monitora a conduta dos funcionários do Estado na Venezuela e tem o poder de aplicar sanções como multas ou torná-los inabilitados para o cargo.
Líderes da oposição, como o ex-candidato presidencial Henrique Capriles, foram submetidos a medidas semelhantes, o que os impediu de concorrer a cargos elegíveis.
[Notícia atualizada 18:48]
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