Maduro declarou que o incidente ocorrido no domingo, quando Guaidó se dirigia a um comício nos arredores de Caracas, contou com a "cooperação corrupta e traidora de um grupo de funcionários" do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).

"Ah, que coincidência! Uma câmera perfeitamente apontada (...), profissional, que captura o momento em que o deputado (...) é retido num ato estranho", observou o presidente durante a apresentação de seu relatório anual de trabalhos ante Assembleia Constituinte pró-governo.

Maduro assegurou que depois de saber do ocorrido, ordenou que os agentes - quatro, segundo informou previamente o governo - "fossem destituídos por se prestarem a um espetáculo mediático".

"Agirei assim contra qualquer funcionário que traia o juramento público (...). Mão de ferro contra a corrupção! Mão de ferro contra a traição! Não hesitarei (...). De cada espetáculo sairemos mais fortes!", advertiu.

Guaidó, presidente do Parlamento de maioria opositora, foi libertado uma hora depois de sua carrinha ser interceptada por homens fortemente armados e culpou o governo pela ação.

O presidente venezuelano acusou a oposição de realizar outro "espetáculo" no sábado passado, ao danificar, segundo o próprio, equipamentos de fornecimento de eletricidade e deixar sem luz o Hospital Universitário de Caracas durante várias horas. Os apagões são frequentes no país e, segundo especialistas, devem-se à falta de investimento em infraestruturas, corrupção e inaptidão.

Vário membros do sindicato de saúde denunciaram que, devido ao corte de energia, duas pessoas morreram e cerca de 100 foram desalojadas.

"Foi um ataque terrorista planeado como um espetáculo pelos terroristas que hoje estão no comando da oposição venezuelana. Vamos enfrentá-los severamente e vamos derrotá-los. Terroristas!", declarou o presidente.

Foi assim que Maduro fez alusão a Guaidó, que assumiu a 5 de janeiro a pasta de chefe do Parlamento e pede apoio do povo e da Força Armada para assumir um "governo de transição" na Venezuela.

Guaidó acrescenta que a Constituição lhe permite preencher o vazio de poder que, segundo ele, existe no país devido ao novo mandato de Maduro, iniciado em 10 de janeiro, ser considerado ilegítimo pelo poder legislativo e por grande parte da comunidade internacional.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.