“Tivemos um grupo de supermercados que esconderam os produtos às pessoas e começaram a cobrar o preço que lhes dava gana”, disse.
O Presidente da Venezuela falava durante um Conselho de Ministros que teve lugar no palácio presidencial de Miraflores e que foi transmitido pela televisão estatal venezuelana.
Por outro lado, anunciou que terá hoje uma reunião no Conselho Nacional de Promoção de Investimentos, com representantes das redes de supermercados e com grandes empresários para debater os “preços acordados” de venda de produtos no mercado local.
Quarta-feira, catorze gerentes de duas redes de supermercados de portugueses foram detidos pelas autoridades venezuelanas, que os acusam de ter responsabilidade na falta de abastecimento de alguns produtos básicos nas lojas que administram.
Segundo as autoridades, 13 dos detidos são suspeitos de comercialização ilícita de alimentos e alteração dos preços.
Os detidos trabalhavam para as redes de supermercados Central Madeirense e Excelsior Gama (um deles).
As detenções foram realizadas numa operação conjunta entre funcionários da Superintendência para a Defesa dos Direitos Socioeconómicos (Sundde) e da Polícia Nacional Bolivariana.
Em Caracas, as detenções foram efetuadas nas localidades de Los Palos Grandes, Plaza Las Américas, La Urbina, Chacaíto, Bello Campo, Guatire e Avenida Vitória.
Por outro lado, fora da capital, várias fontes dão conta de que vários gerentes foram ainda detidos em Los Altos Mirandinos, Barcelona e Puerto La Cruz.
A oposição venezuelana questiona as detenções e acusa o governo liderado por Nicolás Maduro pela escassez de produtos básicos.
“A falta de abastecimento é uma consequência da destruição da produção nacional e das expropriações deste Governo (…). Detêm os trabalhadores dos supermercados por estes não estarem abastecidos. A quem querem enganar? As prateleiras estão vazias pelas suas más políticas”, escreveu o deputado Carlos Paparoni na sua conta da rede social Twitter.
Entretanto, o Conselho Nacional de Comércio e Serviços da Venezuela (Consecomércio) e a Câmara de Comércio, Indústria e Serviço de Caracas condenaram as detenções.
Aqueles organismos acusam o Governo venezuelano de fazer um “circo” para “implementar um pacote económico, pensando que assim vai controlar a economia”, mas que isso “nada mais é que assédio e perseguição”.
Por outro lado, insistem que o país “não precisa de mais controlos”, mas sim de “liberdade, eliminação do controlo cambial e do controlo de preços”.
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