“A base de ouro, de certificados de poupança em ouro, servirá de base sólida para o sistema creditício e para que o povo possa obter créditos, (para) ir recuperando a capacidade do sistema financeiro. Os certificados em ouro vão ser oferecidos no mercado venezuelano no próximo dia 11 de setembro”, disse.
Nicolás Maduro falava ao país, através da televisão estatal, durante um ato transmitido desde a Casa da Moeda, em Caracas.
Segundo Nicolás Maduro “a vantagem para a pessoa que invista hoje é que daqui a um ano terá valor no futuro, apoiado no ouro”.
“Quero dirigir igualmente este plano de poupança aos trabalhadores do país (…); tenho um plano pronto para vender lingotes e certificados de ouro, às caixas de poupança, com facilidades”, frisou.
As compras terão a validade de um ano e os trabalhadores e reformados que adquiram os certificados de lingotes de ouro, poderão trocá-los por bolívares soberanos (Bs.S, moeda local), a cada três meses, explicou.
Segundo o vice-presidente da Área Económica da Venezuela, Tareck El Aissami, cada lingote de 1,5 gramas de outro terá o valor de 3.502 Bs.S (49,21 euros à taxa oficial Dicom) e o de 2,5 gramas 5.837 Bs.S (82,02 euros).
Pelos investimentos em ouro, os venezuelanos vão receber certificados eletrónicos, ficando as barras guardadas “nos cofres do Banco Central (da Venezuela)” e por cada lingote serão emitidos 10 certificados eletrónicos.
A Venezuela enfrenta uma grave crise política, económica e social, que, segundo dados não oficiais, levaram mais de 2,5 milhões de venezuelanos a abandonar o país, para fugir da crise.
A oferta de lingotes de ouro faz parte das novas medidas económicas do Governo venezuelano para tentar equilibrar a economia e ocorre num momento em que a Venezuela carece de moeda estrangeira para pagar contas e importações.
Como parte dessas medidas, teve lugar, a 20 de agosto último, uma reconversão que eliminou cinco zeros ao bolívar forte e pôs em circulação o bolívar soberano.
No âmbito do mesmo plano económico, o salário mínimo dos venezuelanos aumentará 35 vezes a partir de 01 de setembro.
O IVA passou de 12% para 16% e foi criado um imposto às grandes transações financeiras e, em breve, será anunciado um aumento do preço dos combustíveis.
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