Pela primeira vez na sua história, o Conselho adotou uma resolução sobre a Venezuela, sublinhou um porta-voz daquele organismo das Nações Unidas sediado em Genebra, Rolando Gomez, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

O texto, proposto por vários países latino-americanos, entre os quais a Argentina, o Peru, o Chile e a Colômbia, e pelo Canadá, foi adotado por 23 votos dos 47 Estados atualmente com assento no Conselho.

Dezassete países abstiveram-se e sete votaram contra, entre os quais a China, Cuba e a própria Venezuela.

A resolução pede a Caracas “que aceite a ajuda humanitária para fazer face à escassez de alimentos, de medicamentos e de material médico, ao aumento da subnutrição, em particular nas crianças, e o aparecimento de doenças que tinham sido já erradicadas ou controladas na América do Sul”.

O Conselho declara-se também “profundamente preocupado com as graves violações dos direitos humanos, ocorridas no contexto de uma crise política, económica, social e humanitária” que denunciou num relatório do Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, divulgado em junho deste ano.

No documento, o Conselho exorta o Governo venezuelano do Presidente Nicolás Maduro “a cooperar” com o Alto-Comissariado, a que preside desde o início de setembro a ex-Presidente chilena Michelle Bachelet, e pede a esta última que apresente um “relatório completo” sobre a situação naquele país na 41.ª sessão do Conselho, em junho de 2019.

A 11 de setembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, que se deslocou a Genebra para a abertura da atual sessão do Conselho dos Direitos Humanos, saudou a nomeação de Michelle Bachelet para dirigir o Alto-Comissariado, assegurando que ela pode contar com “a total cooperação” do seu país.

Os venezuelanos, sufocados pela crise económica, sofrem com a escassez de produtos de primeira necessidade, como comida e medicamentos.

Segundo a ONU, dos 2,3 milhões de cidadãos venezuelanos residentes no estrangeiro, mais de 1,6 milhões saíram do país desde 2015.

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