“Um bloqueio nacional contra a ditadura ao longo do país. Devemos levantar-nos e demonstrar que não vamos deixar de lutar”, disse o vice-presidente do parlamento venezuelano, Freddy Guevara, em conferência de imprensa que teve lugar na Praça de Los Palos Grandes, no leste Caracas, durante a qual explicou que a intenção é deslegitimar o processo, com baixa participação, e “desmascarar” o Governo que poderá dizer que houve milhões de votos.

“Independentemente da fraude, não vamos dobrar a coluna”, frisou.

Por outro lado, Guevara denunciou que os funcionários públicos estão a ser pressionados para participarem nas eleições e pediu que não ocorram confrontos entre pessoas devido a diferenças políticas.

“Que não seja uma luta do povo contra o povo. O adversário é o Estado, não nós, não os venezuelanos. Independentemente de haver uns venezuelanos que, por ideologia, estão na disposição de votar, de estragar o futuro, não podem haver confrontos”, frisou.

Freddy Guevara instou os venezuelanos a gravarem em vídeo e a fotografar os centros eleitorais para comprovar a participação no processo.

Quanto a Caracas, haverá uma concentração na autoestrada Francisco Fajardo (leste), a partir das 10:00 horas locais, que depois virará marcha até um destino que será anunciado amanhã.

“A partir de segunda-feira aumentará a pressão e virá uma etapa maior de mobilização até que o regime negoceie a sua saída ou as Forças Armadas deixem de respaldar o Governo […]. A pressão tem que ser maior e melhor organizada”, defendeu.

Mais de 19,8 milhões de venezuelanos estão convocados para ir hoje às urnas, para eleger os membros da Assembleia Constituinte, impulsionada pelo Presidente Nicolás Maduro para modificar e incorporar elementos essenciais da atual Constituição.

Segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) foram admitidas 6.120 candidaturas que disputam 545 cargos a eleger, 8 deles em representação indígena. Do total das candidaturas, 3.546 são por representação territorial e 2.574 de âmbito setorial ou local.

As urnas estarão abertas a partir das 06:00 horas locais (11:30 horas em Lisboa) e 364 dos candidatos eleitos terão representação territorial (nacional) e 173, setorial ou local. O encerramento dos centros está previsto para as 18:00 horas locais (23:30 em Lisboa), se não houverem eleitores em fila para votar.

Nestas eleições a oposição venezuelana decidiu não participar.