“Terá de ser a CELAC, terá de ser a Comunidade de Estados Latino-americanos, presidida por si, que terá de convocar, com uma agenda de temas prioritários de máximo interesse para o nosso povo, mais cedo do que mais tarde, uma cimeira, onde irão os 33 países da América Latina e das Caraíbas e onde será convidado o Presidente Joe Biden”, apelou Nicolás Maduro, dirigindo-se ao Presidente argentino, Alberto Fernández.
Numa reunião com membros do Governo, transmitida pelo canal estatal venezuelano VTV, Maduro afirmou que uma cimeira da CELAC seria uma “forma de iniciar um novo caminho”, como proposto pelo “Presidente [do México] López Obrador (…), uma nova organização na qual participam todos os países das Américas, sem exclusão”.
O chefe de Estado venezuelano agradeceu ainda ao Presidente mexicano pela coragem, depois deste ter anunciado, na segunda-feira, “a firme decisão de não participar na Cimeira das Américas”, como forma de “rejeitar a exclusão de países” da região “pelo governo dos Estados Unidos”.
“O que o governo dos Estados Unidos da América está a fazer é um ato de discriminação contra três povos, três governos”, acrescentou.
Maduro garantiu que “quer o governo dos EUA queira ou não”, a reunião continental “terá a voz dos povos rebeldes de Cuba, Nicarágua e Venezuela”, sob “formas distintas”.
A cimeira começou na segunda-feira e decorre até 10 de junho em Los Angeles. Cuba, Nicarágua e Venezuela não foram convidadas como represália por violações dos direitos humanos. Os países da Comunidade dos Estados das Caraíbas (CARICOM) avisaram, entretanto, que não vão marcar presença.
Também hoje o governo cubano criticou num comunicado a exclusão do país deste evento, acusando os Estados Unidos de manterem uma posição “discriminatória e inaceitável” para com as três nações.
O executivo cubano apontou que os Estados Unidos estão a “abusar do privilégio concedido pela sua condição de país anfitrião”.
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