A ajuda, que inclui ‘kits’ de testes da covid-19, foi recebida no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (25 quilómetros a norte de Caracas) pelo presidente da Comissão de Alto Nível Irão-Venezuela, Ricardo Menéndez e pelo embaixador iraniano em Caracas, Hojjatollah Soltani.
“Estão a chegar vários ‘kits’ para testes, oferta médica desde o Irão para o nosso país que se inscrevem na cooperação bilateral”, disse Ricardo Menéndez à televisão estatal venezuelana,
Menéndez, que também é vice-ministro de Planificação venezuelano disse ainda que a “Venezuela é um exemplo, a nível do mundo, de como enfrentar uma pandemia com responsabilidade e saúde pública”.
Segundo o vice-ministro, os dois países mantêm uma cooperação estratégica em áreas como ciência e tecnologia, hidrocarbonetos, industrial, habitação, alimentar e agora também em “investigações da covid-19″.
Por outro lado o embaixador iraniano, Hojjatollah Soltani, explicou que para o Irão “é um orgulho estar do lado do Governo da Venezuela”.
“Há uma semana chegaram os (cinco) navios do Irão com combustível (para combater a escassez local) e agora vemos a chegada de materiais para fortalecer a luta contra o coronavírus, o que demonstra que enquanto os nossos inimigos (os EUA) nos tentam sancionar para afetar o compromisso do governo na atenção aos nossos povos, o Irão e a Venezuela e muitos povos revolucionários do mundo fortalecem a solidariedade”, disse o diplomata.
A Venezuela tem 2.377 casos confirmados e 22 mortes associadas à covid-19, tendo 487 pessoas recuperado da doença.
Após flexibilizar durante uma semana a quarentena social preventiva, a Venezuela iniciou hoje um período de “sete dias de quarentena rigorosa” devido ao considerável aumento de casos confirmados e de mortos, que há duas semanas era de 1.010 (casos) e 10 (mortos), respetivamente.
As autoridades locais estão a alertar que em Maracaibo, no Estado venezuelano de Zúlia (a 700 quilómetros a oeste de Caracas), os testes revelaram a possível presença de um “coronavírus mais agressivo”.
”[Em Zúlia] É um vírus com maior mortalidade que em outras partes do país”, disse no sábado o ministro da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, à televisão estatal venezuelana.
Segundo Jorge Rodríguez, entre as “características especiais” do coronavírus naquele Estado está uma “maior velocidade de transmissão” e maior “capacidade para fazer danos e de apresentar sintomas nos pacientes”.
Em 30 de maio, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tinha alertado para a possibilidade de que houvesse um “coronavírus distinto” na cidade de Maracaibo (Zúlia), onde vários mercados foram encerrados por tempo indeterminado pelas autoridades, entre eles o Mercado das Pultas, tido como o principal foco de transmissão comunitária.
“É contagiante e muito agressivo o coronavírus que detetámos em Maracaibo”, disse Nicolás Maduro à televisão estatal.
A Venezuela está desde 13 de março sob estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia de covid-19.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos, com exceção dos humanitários, e a população está em quarentena e impedida de circular livremente entre os vários Estados do país, desde 16 de março.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 404 mil mortos e infetou mais de sete milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.
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