O pedido foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, durante um encontro com os diplomatas, entre eles o embaixador de Portugal, Carlos Sousa Amaro, realizado na Casa Amarilla, sede do gabinete ministerial.

"Foi um magnicídio que não só se refere ao chefe de Estado, que é o mais grave que poderia ter ocorrido, mas também aos chefes dos poderes públicos, ao gabinete ministerial, ao alto comando militar, aos que ocupam os mais altos cargos de um país e ao mesmo tempo foi um genocídio frustrado, porque esses 'drones' [aviões não tripulados] poderiam ter morto centenas", disse.

Segundo Jorge Arreaza, o atentado tinha como propósito atingir a tribuna presidencial mas falhou porque foram "ativados os inibidores de sinais de controlo (comando) à distância, destas aeronaves".

Por outro lado, precisou que um dos seis detidos esteve relacionado com o assalto ao forte militar de Paramacay (centro do país), ocorrido a 06 de agosto de 2017 e sobre o qual já havia um mandado de detenção.

Jorge Arreaza explicou ainda que "o Governo dos Estados Unidos mantém sobre a mesa todas as opções, incluindo a intervenção militar".

"Tem sido atroz a agressão económica (norte-americana) contra a Venezuela, as cruéis medidas coercivas unilaterais que impõem desde os EUA contra a nossa principal indústria (Petróleos da Venezuela SA)", acrescentou.

O ministro venezuelano insistiu que a Venezuela mantém uma relação de diálogo, de respeito mútuo, com todos os países.

Sábado, duas explosões que as autoridades dizem ter sido provocadas por dois ‘drones’, obrigaram o Presidente venezuelano a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).

O ato, que decorria na Avenida Bolívar de Caracas (centro), estava a ser transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas e no momento em que Nicolás Maduro anuncia que tinha chegado a hora da recuperação económica ouviu-se uma das explosões, que fez inclusive vibrar a câmara que focava o chefe de Estado.

Nesse instante, a mulher do Presidente venezuelano, Cília Flores, e o próprio chefe de Estado olharam para cima.

Antes da televisão venezuelana suspender a transmissão foi possível ainda ver, o momento em que militares rompiam a formação.

Sete militares ficaram feridos e, segundo as autoridades, foram detidas seis pessoas envolvidas no atentado.