Augusto Santos Silva disse hoje que “a ação humanitária (na crise na Venezuela) é o domínio em que tem havido progressos efetivos”, durante uma conferência de imprensa, na Missão Portuguesa na ONU, em Nova Iorque, no final de um encontro entre o Grupo de Contacto Internacional (de que faz parte), União Europeia (representada pela chefe da diplomacia, Federica Mogherini) e membros do Grupo de Lima.
O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que estes progressos se devem ao papel importante da pressão da comunidade internacional e realçou o “importante papel das Nações Unidas” na ajuda humanitária.
“Finalmente, o regime de Maduro reconheceu a crise humanitária que se vive na Venezuela e, finalmente, todas as partes perceberam que a intervenção humanitária que nós precisamos é aquela que segue os princípios internacionais, que é neutra, do ponto de vista político, e que é independente, que é apenas humanitária”, declarou Santos Silva.
O representante de Portugal no Grupo de Contacto Internacional adiantou que “este é um dos bons resultados” dos esforços internacionais, incluindo da ONU, diante de “uma sucessão de dificuldades de toda a ordem que tem vitimado, imerecidamente, a população venezuelana”.
“Estou certo de que as Nações Unidas, através dos seus órgãos competentes, seja o secretário-geral, seja o Conselho de Segurança, intervirão na medida das suas competências assim que as condições estiverem criadas para que essa intervenção faça sentido e tenha utilidade”, adiantou.
Ainda assim, Santos Silva admitiu que a situação na Venezuela não permite uma mediação do conflito com mais eficácia, ficando a ajuda limitada ao apoio das forças que internamente podem ajudar a resolver o impasse político que aí se vive.
“A nosso ver, do Grupo de Contacto Internacional e da União Europeia, ainda não estamos numa fase em que seja possível ativar uma mediação. Ainda estamos numa fase anterior, em que o objetivo possível é facilitar o processo político venezuelano”, explicou o ministro.
No encontro com o Grupo de Contacto Internacional, estiveram presentes, do lado do Grupo de Lima, os chefes da diplomacia do Canadá, Chrystia Freeland, do Peru, Néstor Popolizio, e do Chile, Roberto Ampuero.
Numa declaração emitida no final da reunião, os membros do Grupo de Contacto afirmaram que “o impacto regional da crise exige que a região e a comunidade internacional tenham um papel mais ativo no apoio ao regresso da democracia à Venezuela”.
O Grupo de Contacto voltou a pedir a libertação imediata de todos os presos políticos na Venezuela e a marcação de eleições livres e democráticas.
Comentários