Em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de uma reunião de chefes de diplomacia da União Europeia e da União Africana, Augusto Santos Silva explicou que a visita à Venezuela do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que deveria ter tido início a 19 de janeiro, “não foi cancelada, foi adiada”.
“O secretário de Estado ia partir para a Venezuela logo a seguir ao périplo pelo Reino Unido, no sábado passado, e ia fazer contactos sobretudo com comunidades portuguesas e as suas associações, mas também com as autoridades venezuelanas no decurso desta semana. O facto de haver indicações de que haveria manifestações de uma e outra parte e que isso poderia representar um elemento adicional de tensão que não facilitasse o trabalho do secretário de Estado […] levou ao adiamento”, completou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros justificou ainda que o adiamento da visita de José Luís Carneiro não foi motivado pela tentativa de rebelião de 27 militares contra o Presidente Nicolás Maduro de segunda-feira, escusando-se a comentar o alegado “ato de insubordinação militar”, por ser uma questão interna daquela país.
“O que aconteceu ontem não foi o adiamento da visita, mas sim uma fuga de informação. A visita foi adiada antes do dia 19, que era o dia da partida. Evidentemente não tornámos público esse adiamento, porque não temos como política comunicar imediatamente quando fazemos ajustamentos ao calendário”, vincou.
A remarcação da visita, segundo o chefe da diplomacia portuguesa, será feita “brevemente” porque agora é preciso “reativar o plano da visita e fazer os contactos para que a visita se possa fazer”.
“Será a sexta vez que este secretário de Estado em três anos de mandato visitará a Venezuela, o que dá bem a medida da atenção com que procuramos acompanhar a situação da comunidade luso-venezuelana”, sublinhou.
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