“Para nós, a solução política de que a Venezuela carece não se obtém através de uma intervenção [militar] externa. Essa intervenção só agravaria ainda mais o problema. Há países que têm dito que todas as soluções estão em cima da mesa. Não é essa a posição da União Europeia. Nós achamos que a solução por via de uma confrontação interna não é solução, e a solução por via de uma solução externa também não é solução”, vincou Augusto Santos Silva, em declarações à agência Lusa.
Para o MNE português, o caminho passa pela pressão internacional a vários níveis, nomeadamente através da União europeia (UE).
“Manter e intensificar a pressão político diplomática que vimos exercendo, e ao mesmo tempo trabalhar no sentido de se poder favorecer uma solução. Nós temos um grupo de contacto internacional constituído, que reúne oito países europeus, a própria União Europeia e quatro países latino-americanos. Temos colaborado também com o Grupo de Lima, que realiza amanhã, segunda-feira, em Bogotá, mais uma reunião. Portugal estará presente como observador, da mesma maneira que esteve presente na reunião anterior. Será a nossa embaixadora na Colômbia que nos representará”, indicou o governante.
“Todos estes grupos e iniciativas que procuram ajudar a uma situação pacífica na Venezuela são bem-vindos, porque, para nós, Portugal, e também para nós, União Europeia, há duas coisas que devemos evitar a todo o custo: a primeira é uma confrontação interna, uma guerra civil na Venezuela, que teria consequências devastadoras; e a segunda, uma intervenção externa, designadamente uma intervenção militar externa”, sublinhou Augusto Santos Silva.
A Espanha assumiu hoje que não apoiará uma intervenção militar estrangeira, enquanto o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, admitiu que “todas as opções estão sobre a mesa” para "garantir que a democracia prevalece" na Venezuela.
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