“A nomeação de João Galamba é uma afronta ao país e à justiça”, sustentou o líder do Chega, depois de recordar que o novo ministro das Infraestruturas “está a ser investigado pelos negócios do lítio e do hidrogénio”, além de ter sido, afirmou, “quem avisou José Sócrates da Operação Marquês”.

Ventura disse saber da existência de uma “investigação de uso de dinheiros públicos que envolvem João Galamba”, considerando que o Presidente da República deveria ter colocado esta questão ao primeiro-ministro antes de aceitar a nomeação.

“O Presidente da República colocou essas questões? Deveria ter colocado”, disse o dirigente do Chega, alegando que “nomear um ministro visado pela Justiça parece ser uma afronta ao Estado de Direito e uma afronta aos portugueses”.

Para o líder do Chega, Marcelo Rebelo de Sousa “não o deveria ter feito” porque “os casos” que envolvem João Galamba “vão fragilizar a sua autoridade política no Governo”.

André Ventura considerou que o primeiro-ministro, na conferência de imprensa de hoje, optou por “passar ao lado de tudo o que está a acontecer e passar um pano por tudo o que tem acontecido no governo nos últimos anos”.

“Temos um governo à deriva e sem qualquer capacidade política”, acusou o presidente do Chega, apontando a Fernando Medina uma “clara incapacidade, falta de autoridade e de condições políticas para continuar a liderar as finanças”.

Além da “incapacidade de rejuvenescer”, Ventura considerou que “ninguém se quer atravessar por António Costa e por este Governo socialista”.

O dirigente do Chega reagia ao anúncio público das escolhas do primeiro-ministro para substituir o ministro das Infraestruturas cessante, Pedro Nuno Santos, que se demitiu na sequência da indemnização de 500 mil euros paga à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Fernandes quando era administradora da TAP.

O primeiro-ministro escolheu os atuais secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, respetivamente.

Com esta opção, aceite pelo Presidente da República, o líder do executivo separa as pastas das Infraestruturas e da Habitação, áreas que até agora foram acumuladas pelo ministro cessante Pedro Nuno Santos.