André Ventura, que participou hoje num protesto contra a “discriminação da tauromaquia”, em frente à Praça de Toiros de Santarém, afirmou que não basta ao presidente da Câmara de Lisboa, o socialista Fernando Medina, dizer que “cometeu um erro burocrático” e “continuar com o seu mandato exatamente nos mesmos termos”.
Para o líder do Chega, o Ministério Público deve investigar “se houve aqui pressões internas ou externas em relação a esta matéria” e perceber “porque é que Lisboa facultou estes dados à Rússia”, país que, disse, “tem uma grande influência em alguns Estados da União Europeia”.
Por outro lado, disse, é preciso perceber se Fernando Medina “vai ou não tirar consequências políticas desta situação”.
“É isso que vamos exigir”, afirmou.
Sobre a sua presença na manifestação que reuniu várias centenas de pessoas em frente à Monumental Celestino Graça, Ventura afirmou que quis mostrar que está “ao lado das tradições portuguesas”, de uma “parte do país [que] também tem direitos”.
“Estamos aqui porque não podemos calar esta tremenda injustiça que há em relação à tauromaquia, ao facto de se querer esquecer o mundo rural”, disse, considerando “incompreensível” que este seja “posto de lado em relação ao que é a cultura portuguesa”.
O protesto visou dar conta da insatisfação com as determinações da Saúde Pública, que, perante a venda de bilhetes para uma ocupação de 50% da praça, exigiu a apresentação de testes negativos à covid-19 por parte dos espetadores para as corridas agendadas para hoje e para domingo na Monumental de Santarém.
A associação Praça Maior, que organizou as corridas que faziam parte do programa da Feira Nacional da Agricultura, anunciou o adiamento dos espetáculos para data a anunciar, criticando a atuação da Unidade de Saúde Pública de Santarém.
Em particular, criticou o facto de ter sido emitido um parecer, na passada sexta-feira, que limitava a 3.500 lugares a lotação da praça, classificando esta como um recinto ao ar livre e não como sala de espetáculos, e de, após várias reuniões, a Autoridade de Saúde ter aceitado a ocupação a 50%, mas exigindo, a menos de 48 horas, a apresentação de testes negativos à covid, o que a organização entendeu não ter condições para fazer cumprir.
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