Em declarações aos jornalistas à chegada ao Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, onde termina hoje a V Convenção Nacional do Chega, Ventura afirmou que “há um grande amadurecimento político" e "um grande amadurecimento institucional, uma grande participação"
"O que sai daqui é um Chega que quer ser Governo e que vai mesmo lutar para ser Governo, taco a taco, na disputa da liderança da direita e da oposição”, defendeu, recusando que o partido esteja “mais moderado”.
Quanto aos órgãos nacionais, que serão hoje eleitos, e para os quais há listas únicas, à exceção do Conselho Nacional, o presidente do Chega disse esperar uma “demonstração de unidade e de institucionalização”.
Sobre a presença do vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz no encerramento da convenção, considerou que representa “um sinal de reconhecimento da inevitabilidade que hoje o panorama político à direita traz”, antecipando que “a construir uma alternativa terá de ser com o Chega".
"O PSD percebeu isso e traz aqui figuras de peso, inclusive Miguel Pinto Luz, que tem dito sempre que não há essas linhas vermelhas”, disse.
Ventura reiterou a recusa de “geringonças à direita” e salientou que, “se todos à direita fizerem o seu papel, com os disparates dos cordões fora da conversa, certamente, como tem acontecido noutros países da Europa”, será possível alcançar “uma alternativa ao PS”.
Sobre as propostas para a sua Direção Nacional, André Ventura indicou que “a decisão da direção é evidentemente uma decisão de continuidade”.
“Entendi que não era o momento de fazer mudanças a nível estrutural no partido, dado que estamos num período que vai iniciar um ciclo eleitoral este ano”, sustentou.
Como o Chega voltou a adotar os estatutos de 2019, face ao chumbo dos mais recentes pelo Tribunal Constitucional, a Direção Nacional fica reduzida, com três vice-presidentes (e não cinco) e seis adjuntos. Deixam de existir os cargos de secretário-geral, secretário-geral adjunto e vogal.
Ventura propôs à convenção que se mantenham como vice-presidentes António Tânger Corrêa, Pedro Frazão e Marta Trindade. Na anterior configuração eram também vice-presidentes José Pacheco, líder do Chega/Açores, e o deputado Gabriel Mithá Ribeiro, que se demitiu do cargo em agosto e ameaçou passar passa a deputado não inscrito.
Dias depois, André Ventura e Mithá Ribeiro apareceram juntos num vídeo para mostrar que as divergências tinham sido ultrapassadas e o grupo parlamentar estava unido. Na altura, fonte oficial do Chega indicou que, quanto à vice-presidência, “Gabriel Mithá Ribeiro apresentou a sua demissão, que foi aceite, e portanto, para já, ficará assim”.
Apesar de o seu nome continuar a constar no 'site' do partido como vice-presidente, a mesma fonte confirmou hoje à agência Lusa que Mithá Ribeiro já não integra a direção, que funciona com menos um 'vice' desde o verão.
A V Convenção Nacional do Chega termina hoje com a eleição dos órgãos nacionais, depois de o presidente do partido ter sido reeleito com 98,3% dos votos.
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