O presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, explicou, em conferência de imprensa no Serviço Regional de Proteção Civil, que as 20 pessoas correspondem a seis agregados familiares, que vivem em habitações precárias na zona do Funchal.
"Foram realojadas na Pousada da Juventude", disse, referindo que a situação vai agora ser analisada pelo Instituto de Habitação da Madeira e pela Câmara Municipal do Funchal.
O governante indicou que o temporal provocou um conjunto de inundações e "danos de algum vulto", com incidência no concelho do Funchal, onde os serviços de proteção civil foram alertados para 93 ocorrências, mas também em Câmara de Lobos (13), na Ribeira Brava (13), Machico (13) e Santa Cruz (cinco).
O arquipélago registou em 24 horas cerca de 20.000 descargas elétricas, uma situação considerada "anormal".
"Dois destes raios, muito fortes, atingiram às 20:40 [de sábado] a linha entre a [Central Térmica] Vitória [localizada no Funchal] e a Calheta [zona oeste], provocando a interrupção do abastecimento de eletricidade durante cerca de duas horas", relatou Miguel Albuquerque.
Às 06:42 de hoje, um raio de igual potência atingiu também a linha entre a Central da Vitória e o Palheiro Ferreiro, nos arredores da capital madeirense, provocando nova interrupção geral no abastecimento de eletricidade, que, entretanto, já foi reposto.
"Um raio com esta carga é o equivalente ao abastecimento total da região", disse Miguel Albuquerque.
Apesar das inundações e da queda de muros em vários pontos da ilha, não se registaram danos significativos nas principais estradas e, por outro lado, as ribeiras não transbordaram, com exceção de alguns pequenos cursos de água.
"Na saúde, toda a capacidade de resposta foi mobilizada e às 10:00, retomámos o programa de vacinação [contra a covid-19]", sublinhou Miguel Albuquerque.
O governante renovou o apelo à população para evitar a circulação, sobretudo nas áreas montanhosas, devido à probabilidade da ocorrência de derrocadas.
Depois de ter estado sob aviso vermelho e laranja, o arquipélago da Madeira encontra-se agora sob aviso amarelo, até às 15:00, devido à previsão de aguaceiros fortes e trovoada.
Câmara do Funchal procede à limpeza da cidade após noite de temporal
"Esta manhã, com a luz do dia, chegaram-nos também novas informações de estabelecimentos comerciais afetados, bem como estacionamentos alagados e ribeiros que saíram do seu curso normal, pelo que os Bombeiros Sapadores do Funchal e a Proteção Civil Municipal estão a acudir a estas situações", refere o presidente da câmara, Miguel Gouveia, em comunicado.
O autarca indica que estão no terreno equipas do Departamento de Ambiente, dos Jardins e Espaços Verdes, das Infraestruturas e Equipamentos, das Águas do Funchal e da Mobilidade e Trânsito, para "promover o mais rapidamente possível a reposição das condições de normalidade e de segurança em toda a cidade."
"Neste momento, e ultrapassadas as condições meteorológicas mais adversas, estamos a fazer uma avaliação de riscos e a proceder à limpeza de toda a cidade", reforça.
Miguel Gouveia apela ainda à população para evitar a circulação devido à existência de "muitos detritos nas estradas".
"A população tem de manter a serenidade e solicitamos também que verifiquem possíveis efeitos desta intempérie em estruturas próximas das suas casas que, não tendo colapsado, possam suscitar preocupações e perigo para pessoas e bens", alerta.
O mau tempo que assolou o arquipélago da Madeira nas últimas 24 horas, provocando dois apagões gerais, foi particularmente intenso no concelho do Funchal, onde 20 pessoas, de seis agregados familiares, foram realojadas temporariamente na Pousada da Juventude, devido a inundações nas residências.
Depois de ter estado sob aviso vermelho e laranja, o arquipélago da Madeira encontra-se agora sob aviso amarelo, até às 15:00, devido à previsão de aguaceiros fortes e trovoada.
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