“A preocupação do tribunal sempre foram as vítimas. Os seus direitos vão ser protegidos”, afirmou o juiz do condado de Miami-Dade Michael Hanzman em audiência.

A indemnização não contabiliza o valor de várias ações judiciais já movidas desde o colapso de 24 de junho, que matou pelo menos 97 pessoas, mas inclui o seguro do edifício Champlain Towers South e os lucros esperados da venda daquela propriedade na cidade de Surfside.

De acordo com a agência noticiosa AP, citando Michael Hanzman, as ações judiciais estão a ser consolidadas num processo coletivo que poderá cobrir todos familiares e vítimas, se assim o desejarem.

“Não tenho dúvidas, não ficará pedra sobre pedra”, disse Hanzman sobre os processos.

Um gestor nomeado por Hanzman para lidar com as finanças do conselho de administração do condomínio da Champlain Towers disse que o local foi completamente limpo de entulhos sob olhar atento de investigadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), agência federal que lidera a investigação sobre o colapso.

Segundo o advogado Michael Goldberg, o entulho, considerando uma evidência importante, está a ser armazenado num depósito na zona de Miami, sendo preservado como possível evidência para os processos judiciais e para especialistas analisarem.

“Pode levar anos para que o relatório se torne público”, disse Goldberg sobre a investigação do NIST.

Em 11 de julho, as equipas de busca e salvamento a operar no prédio retiraram durante a noite mais quatro corpos dos escombros, elevando para 90 o número de mortos no desastre de 24 de junho.

Em conferência de imprensa no sul da Florida, a presidente da Câmara de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, atualizou o balanço, na ocasião.

O número de mortos identificados aumentou de 62 para 71, enquanto os desaparecidos devido ao colapso parcial do edifício Champlain Towers South baixaram de 43 para 31.

Daniella Levine Cava referiu ainda que, ao fim do 17.º dia de trabalhos nos escombros, cerca de 14 milhões de quilos de cimento e entulho tinham sido removidos do local onde o condomínio estava construído desde 1981, com a ajuda de quase 60 camiões.

No início de julho, a demolição do que restou do prédio residencial, localizado na primeira linha da praia, deu um novo ritmo à operação de busca, já que os socorristas têm acesso a todo o local onde estava localizado o edifício, com mais de 130 unidades.

As causas do colapso ainda estão a ser investigadas e uma batalha legal para alcançar indemnizações por danos está a ser movida por alguns residentes em Champlain Towers South, cuja comunidade demorou a suportar os dispendiosos reparos recomendados pela autarquia face aos problemas estruturais detetados em 2018.