A operadora de telecomunicações liderada por Mário Vaz foi alvo de um ciberataque sem precedentes na noite de segunda-feira, o qual afetou a sua rede e os seus quatro milhões de clientes.
"Dando nota do desenvolvimento dos trabalhos de restabelecimento da sua operação, a Vodafone informa que a prioridade do dia de hoje tem sido a estabilização da sua rede e a recuperação do serviço de voz fixa, que tem relevância para todos os clientes, mas em especial para os clientes empresariais", refere a empresa.
"Desde a hora de almoço que iniciámos de forma gradual o restabelecimento deste serviço, o qual tem vindo sustentadamente a ganhar estabilidade", acrescenta.
A Vodafone informa ainda que "foi igualmente possível restabelecer alguns canais de comunicação" com o Serviço de Apoio a Clientes. No entanto, existem "constrangimentos ainda associados"
"O restabelecimento dos canais digitais, designadamente através da APP My Vodafone, está a ser outra área de atuação prioritária, com resultados já alcançados mas ainda sem acessibilidade total", é ainda referido.
Além disso, "continua também o processo de sustentabilidade da prestação do serviço de dados móveis sobre a rede 4G, que tem estado a evoluir favoravelmente", diz a Vodafone.
Por sua vez, "embora o serviço de televisão não tenha sido diretamente impactado pelo ciberataque, alguns clientes viram o seu serviço comprometido durante o dia de hoje, devido aos trabalhos em curso e a interligações entre sistemas, estando neste momento em fase final de resolução, com um número já bastante residual de Clientes afetados".
Na terça-feira, em conferência de imprensa, o presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, garantiu que a empresa estava "de forma ininterrupta desde as nove da noite" de segunda-feira a trabalhar sobre este "grave" incidente.
No dia 07 de fevereiro, "cerca das 21:00, nós fomos confrontados com uma interrupção abrupta da quase totalidade dos nossos serviços de comunicações, à exceção do serviço fixo de Internet e de uma parte expressiva ainda de clientes de televisão, todos os demais serviços foram afetados, incluindo a total indisponibilidade do serviço de apoio a clientes", explicou, na altura Mário Vaz.
"Ficámos sem redes e sem hipótese de contacto com os nossos clientes", acrescentou, tendo colocado de imediato em ação o gabinete de crise.
O primeiro serviço a ser recuperado ainda na segunda-feira foi a de voz sobre rede 2G pelas 22:00. Depois foram recuperados os serviços dados sobre rede 3G "já perto da meia-noite", tendo iniciado a primeira fase na Região Autónoma da Madeira e depois, progressivamente, ao resto do país durante toda a madrugada.
Na manhã de terça-feira, a Vodafone tinha recuperado o serviço de SMS "ponto a ponto" como também o de televisão, disse o gestor, que salientou que o serviço de Internet fixa não tinha sofrido interrupção.
"No decurso da análise das causas que levaram a esta indisponibilidade de serviços detetámos que a mesma tinha origem num ato terrorista, num ato criminoso, dirigido à nossa rede", disse o gestor.
"Não tínhamos dados móveis sobre redes 4G e 5G, tivemos dificuldade nos serviços de interligação de voz com outros operadores nacionais e internacionais, que fomos parcialmente recuperando durante a noite, serviços de 'roaming', os nossos clientes no estrangeiro também com serviço indisponível, os serviços fixos de voz sobre a nossa rede fixa" e o serviço de contacto a clientes, elencou Mário Vaz.
"Para terem uma noção da dimensão e do objetivo deste ataque foi claramente tornar indisponível a nossa rede e com um nível de gravidade para dificultar ao máximo a recuperação dos serviços", sublinhou, na altura.
Até ao momento, não há indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos.
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