“Houve tripulantes que meteram baixa e os que se encontravam de assistência que deveriam avançar para fazer a substituição e garantir o serviço recusaram-se a fazê-lo”, declarou João Trabuco Nunes, do conselho de administração do grupo SATA e administrador com o pelouro dos recursos humanos.

Na quarta-feira, os voos Lisboa-Terceira-Lisboa, da transportadora aérea açoriana SATA, foram também cancelados devido à greve às assistências do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Avião Civil (SNPVAC).

O sindicato referiu, por seu turno, que os voos não se realizaram por falta de tripulação de cabine, demonstrando que a SATA não tem “tripulantes em número suficiente”.

“O impasse mantém-se, apesar de termos todo o interesse que esta situação não se arrastasse, com prejuízo para toda a gente. Se afundarem a empresa são os próprios trabalhadores, que estão a originar isto, que também sofrerão”, declarou hoje o administrador.

João Trabuco Nunes adiantou que “há muito tempo” que a empresa quer chegar a um consenso, o que não é conseguido por haver reivindicações às quais a transportadora não pode corresponder: “Envolvem milhões de euros e a empresa não está em condições de as poder acomodar”.

O administrador do grupo SATA declarou que a operadora aérea vai reacomodar “a maioria dos passageiros” que ficaram em terra num voo a realizar esta tarde e através da TAP, regularizando assim a situação até final do dia.

O SNPVAC mantém, por tempo indeterminado, a greve às assistências na Azores Airlines, operadora que assegura as ligações para fora do arquipélago.

Os tripulantes que estão de assistência são chamados para substituir os que por razões de doença ou outra não podem assegurar a escala para que estavam designados.

No esclarecimento, o sindicato acrescenta que para a SATA Air Açores, que garante as ligações no arquipélago, “foi enviado um pré-aviso de greve às alterações aos planeamentos iniciais publicadas, o que significa que os tripulantes recebem o seu planeamento mensal irão cumpri-lo integralmente, mas não aceitarão alterações fora do programado”.

A agência Lusa tentou obter uma reação do dirigente do SNPVAC Bruno Fialho, sem sucesso, até ao momento.