“Este momento requer que os líderes mundiais, o setor privado e as pessoas ajam em conjunto com urgência e façam o que for necessário para proteger o nosso planeta e o nosso futuro nesta década e mais além”, afirmou Antony Blinken, num comunicado.
No sexto relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), divulgado hoje, os cientistas preveem que a temperatura global subirá 2,7 graus Celsius em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa.
Em todos os cenários considerados pelos peritos – do mais otimista ao mais pessimista -, a temperatura global ultrapassa os 1,5 graus centígrados, em comparação com a era pré-industrial, até 2030, ou seja, 10 anos antes da estimativa anterior do IPCC, feita há três anos.
No documento, os cientistas alertaram também que os efeitos do aquecimento global vão perdurar “séculos ou milénios” e resultam inequivocamente de responsabilidade humana.
O relatório é divulgado poucos meses antes da realização da 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26) e num momento em que as notícias de países afetados por vagas de calor, incêndios ou inundações têm marcado a atualidade.
“É essencial que todos os países, em particular as grandes economias, façam a sua parte durante esta década crucial de 2020 para colocar o mundo numa trajetória que mantenha ao seu alcance o limite [de aumento] nos 1,5ºC (graus centígrados)”, frisou o secretário de Estado norte-americano.
Os Estados Unidos da América (EUA), a par da China e da Índia, são os maiores emissores mundiais de gases com efeito de estufa, o que significa que todos os esforços para controlar as alterações climáticas poderão fracassar caso estes três países não liderem a redução das emissões.
“É por isso que os EUA se comprometeram com uma redução de 50% a 52% nas emissões [de gases com efeito de estufa] até 2030 em relação ao nível de 2005 e ordenaram que toda a administração federal estivesse envolvida no combate à crise climática”, reforçou.
No dia em que tomou posse, em 20 de janeiro deste ano, o Presidente norte-americano, Joe Biden, reverteu a decisão da anterior administração liderada por Donald Trump em relação ao Acordo de Paris e assinou uma ordem executiva a determinar o regresso dos EUA ao protocolo climático alcançado numa cimeira na capital francesa em 2015.
Antes, em novembro de 2020, Joe Biden nomeou o antigo secretário de Estado norte-americano John Kerry como enviado especial de Washington para as questões climáticas.
O regresso norte-americano ao acordo climático seria oficializado em fevereiro passado.
Prevista para novembro em Glasgow (Escócia, Reino Unido), a COP26 está a ser encarada pelos seus organizadores como “a última melhor oportunidade do mundo”.
O principal objetivo do encontro é que os países estabeleçam metas “ambiciosas” para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
Assinado em dezembro de 2015 durante a conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP21) na capital francesa, o Acordo de Paris, um compromisso à escala global, apontava a meta de limitar o aumento da temperatura média mundial “bem abaixo” dos 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento a 1,5ºC.
O alcance de tal meta está assente, entre outros princípios, na aplicação de medidas que limitem ou reduzam a emissão global de gases com efeito de estufa.
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