António Costa assumiu esta posição perante os jornalistas, depois de ter visitado os três pavilhões da Web Summit, no Parque das Nações, em Lisboa, durante cerca de três horas, e em que esteve sempre acompanhado pelos ministros de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
Interrogado sobre o processo em torno da evolução do salário mínimo até 2023, António Costa não se alongou sobre o tema e apenas referiu que foi fixada a meta de se atingir os 750 euros no final da legislatura e que o assunto está em negociação na concertação social.
No final da sua visita à Web Summit, onde esteve um total de sete horas, António Costa preferiu antes destacar a importância de "haver um acordo global sobre a política de rendimentos para o crescimento da economia".
"Temos de ter um acordo específico para a valorização salarial dos jovens mais qualificados, o qual já propusemos [à concertação social]. Isso tem tudo a ver com aquilo que estamos aqui a assistir na Web Summit", declarou o primeiro-ministro.
Nesta visita à Web Summit, em que em alguns momentos também esteve acompanhado pelas ministras da Cultura, Graça Fonseca, da Modernização Administrativa, Alexandra Leitão, e pela secretária de Estado Adjunta da Saúde, Jamila Madeira, o primeiro-ministro deixou um aviso às confederações patronais: "Se queremos ser competitivos no futuro a vender, as empresas têm de ser também competitivas a contratar", disse.
Ou seja, segundo António Costa, "se Portugal não quer perder os seus melhores recursos humanos, através da emigração para o estrangeiro, tem de possuir empresas capazes de fixar o talento".
"Seria um enorme desperdício para o esforço das famílias e para o esforço do Estado que os mais novos tivessem de se ir embora para terem a oportunidade de se realizar. Não queremos fechar fronteiras, mas temos de garantir a liberdade de cada um poder ficar e de aqui se poderem realizar plenamente", justificou.
Nesta sua primeira visita à edição deste ano da Web Summit, António Costa chegou ao Parque das Nações ao fim da manhã, tendo estado reunido com o presidente da Microsoft Brad Smith, e com o direito chefe de tecnologia da Procter Gamble, Alan Boehme, encontros em que abordou temas como o ecossistema da inovação e o apoio a jovens empreendedores.
Durante a tarde, António Costa visitou os três pavilhões de exposição e teve a oportunidade de falar com vários jovens empreendedores portugueses, assim como conhecer os projetos para o país de gigantes tecnológicos como a Google, a Microsoft, a Vinci Aeroportos ou a Siemens.
Antes de entrar nos parques de exposições, o primeiro-ministro teve um breve encontro com o líder da Web Summit, Paddy Cosgrave, que destacou como "principal evolução positiva o número crescente de mulheres" entre os empreendedores.
Já sobre o número total de participantes na Web Summit, Paddy Cosgrave defendeu junto de António Costa que a fasquia dos 70 mil é a ideal para este evento em Portugal.
Já o primeiro-ministro, perante os jornalistas, defendeu que "há uma maior vibração do ecossistema em Portugal".
"Há cada vez mais estrangeiros a marcarem presença na Web Summit, o que significa que estamos a ser reconhecidos internacionalmente como uma grande plataforma do ecossistema do empreendedorismo e da inovação a nível mundial", sustentou.
Já sobre a expansão dos pavilhões da FIL, uma das condições para que a Web Summit tenha permanecido em Portugal, António Costa afirmou que esse processo "tem a negociação em curso) com a Associação Industrial Portuguesa (AIP) e vai chegar a bom porto".
"Brevemente, as negociações chegarão a bom porto e estarão preenchidas as condições para podermos contar com a Web Summit pelo período em que está contratada e com as condições para poder continuar a crescer todos os anos", acrescentou.
(Notícia atualizada às 19h57)
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