Apenas dois sobreviveram na última temporada de reprodução nesta colónia que conta com 36.000 exemplares de pinguins-de-adélia (Pygoscelis adeliae) que se alimentam principalmente de krill (pequenos crustáceos) encontrado perto do seu habitat em Terra Adélia na Antártida Oriental.
As mortes foram associadas à extensão incomum das camadas de gelo até ao final do verão, o que obrigou os pinguins adultos a percorrerem distâncias maiores para procurar comida para as suas crias. Devido às longas viagens e ao tempo de espera, as crias morreram de fome, explicou a organização não-governamental de defesa do ambiente.
Este incidente, a par com um outro, idêntico, ocorrido há quatro anos, levou a WWF a pedir a proteção das águas da Antártida Oriental nas vésperas da reunião anual da Comissão para a Conservação dos Recursos Marinhos Vivos da Antártida (CCAMLR), que se realiza na próxima semana na cidade australiana de Hobart e que irá analisar as propostas para a criação de áreas protegidas na zona.
“O risco de abrir esta área à exploração da pesca de krill”, que desfalcaria a base alimentar dos pinguins-de-adélia, enquanto “tentam recuperar-se de dois catastróficos fracassos reprodutivos em quatro anos é impensável”, afirmou o chefe dos programas polares da WWF, Rob Downie.
“Por isso, a CCAMLR precisa atuar com rapidez e adotar uma nova área marinha protegida nas águas em frente à costa da Antártida Oriental para proteger a casa destes pinguins”, argumentou o ativista.
A proposta para a criação desta área marinha protegida na Antártida Oriental, liderada pela Austrália, França e União Europeia, tem estado em cima da mesa durante oito anos sem que se tenha alcançado um acordo.
A CCAMLR, criada em 1982, tem como missão a conservação dos recursos da vida marinha no Antártico.
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