Logan Paul, que visitava o jardim com os amigos, decide, na presença do cadáver, fazer um vídeo para o YouTube, onde aproveita para fazer piadas. “Isto não é para o click bait. Este é o vlog mais real que eu já publiquei neste canal. Eu acho que isto marca definitivamente um momento na história do YouTube porque tenho a certeza que, felizmente, isto nunca aconteceu a ninguém. Dito isto, podem fechar a boca, porque nunca vão ver um vídeo como este novamente”, diz Logan no início do vídeo.
A certa altura do vídeo - que tem a duração de cerca de 15 minutos - um dos seus amigos diz que não se está a sentir bem. “Então? Nunca estiveste ao lado de um gajo morto?”, pergunta-lhe Logan Paul.
O youtuber tenta, por momentos, ter um discurso sério: “O suicídio não é uma piada. A depressão e os problemas mentais não são uma piada. Chegámos aqui com a intenção de nos focarmos no aspeto assombrado da floresta. Isto tornou-se demasiado real e obviamente há muitas pessoas a passar por porcarias nas suas vidas”.
A floresta de Aokigahara é conhecida pelo elevado número de suicídios, sendo esta a principal causa de morte a nível global nos jovens entre os 19 e 29 anos. Por sua vez, o Japão é um dos países do mundo com a maior taxa de suicídios - aconteceram 19,7 por 100 mil habitantes, em 2015.
A onda de contestação que engoliu o youtuber
Nem a breve tentativa de dar um tom sério à questão safou Logan Paul da onda megalómana de críticas que o absorveu nos últimos dias. O youtber foi acusado de insensibilidade e muitos utilizadores das redes sociais condenaram a partilha do vídeo, uma vez que muitos dos 15 milhões de subscritores do canal de YouTube são crianças e adolescentes.
“Tu és puro lixo. Claro e simples. O suicídio não é uma piada”, disse o ator de Breaking Bad Aaron Paul no Twitter. “A pior parte é que os fãs de Logan Paul são crianças. Que acabaram de ver o seu ídolo a rir e a gozar com alguém que decidiu acabar com a sua vida. Pessoa de lixo”, escreveu no Twitter o ator Francis Maxwell.
Logan Paul respondeu com um pedido de desculpas aos fãs, no Twitter: “Por onde começar; talvez por aqui. Peço desculpa”. “Não o fiz para conseguir visualizações. Eu tenho visualizações. Fi-lo porque pensei que poderia criar uma onda positiva na internet, não causar um dilúvio de negativismo”, acrescenta Paul.
O youtuber assegura que o último vídeo trata-se de um erro que não vai repetir no futuro: “Lembro-me muitas vezes do alcance que verdadeiramente tenho e com um grande poder vem uma grande responsabilidade… pela primeira vez na minha vida lamento dizer que lidei com esse poder de forma incorreta. Não voltará a acontecer”.
Depois do pedido de desculpas partilhado no Twitter, Logan fez um vídeo para o YouTube, onde dá condolências pelo falecimento do senhor à sua família. “Eu quero pedir desculpas a toda a Internet”, repete no vídeo.
Onde anda a ‘polícia’ do YouTube?
O vídeo de Logan foi postado no YouTube no dia 31 de dezembro e retirado no dia 2 de janeiro. Num comunicado, aquando da retirada do vídeo da plataforma, a rede disse que o vídeo violava as suas diretrizes comunitárias. Atribuíram um “strike” à conta de Logan - uma das piores penalidades da rede. Contudo, nem esta penalidade se figura num impacto significativo para Logan.
Quando uma conta recebe um “strike”, o vídeo em questão é removido. É enviado, para o utilizador, um aviso que recomenda que o próprio analise, de forma cuidadosa, o conteúdo do vídeo, de forma a que esta situação não se volte a repetir.
A atribuição “strike” perdura durante três meses e limita a conta do YouTube - esta passa a não ter acesso a alguns recursos. Ao fim de três meses, a conta volta ao seu funcionamento normal. A conta de um utilizador só é encerrada caso uma pessoa receba três “strikes” em três meses.
Paul Logan é um youtuber com 22 anos e com mais de 15 milhões de subscritores. Segundo a Forbes, Logan faz 150 mil dólares por cada post no Facebook e 80 mil por cada conteúdo patrocinado no Instagram. Logan apareceu ainda em anúncios da Hanes e Dunkin ‘Donuts.
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