Todos os votos lembraram a vida e a carreira do músico, e consideram que o país e a cidade perderam "um dos seus maiores talentos".

No início da votação, a presidente da Assembleia Municipal, Helena Roseta, propôs aos deputados não cumprirem o habitual minuto de silêncio que acompanha os votos de pesar, mas sim baterem palmas.

"Não vamos fazer um minuto de silêncio porque o Zé Pedro não gostava de minutos de silêncio, vamos levantar-nos e bater palmas", afirmou.

No final da leitura e votação de cada um dos documentos, os eleitos levantaram-se e cumpriram uma longa salva de palmas, a "homenagem desta Assembleia" ao músico.

Enquanto a votação decorria, a tela que habitualmente mostra os tempos que cada grupo municipal tem para intervir exibia uma fotografia de Zé Pedro.

Para o PSD, "sem ele a música nacional ficará mais pobre, bem como a cidade de Lisboa, que perde um dos seus maiores talentos".

"Exemplo de profissionalismo e dedicação, Zé Pedro era reconhecido e admirado também pela sua boa disposição, profunda humildade e uma enorme capacidade de superação, mesmo nos momentos mais difíceis da sua vida. Na música, deixa-nos um legado inesquecível", escrevem os deputados do CDS-PP.

Considerando-o uma "figura marcante da cultura portuguesa", o BE salienta que o artista "foi e continuará a ser um exemplo de frontalidade, irreverência, insubmissão".

O PCP vai mais longe e insta a Câmara Municipal de Lisboa a criar "um concurso nacional de novas bandas, intitulada com o nome do homenageado, fornecendo aos concorrentes o apoio logístico e todo aquele que estiver ao alcance das estruturas culturais" do município".

Os eleitos do PAN salientaram também que Zé Pedro "dedicou a sua simpatia e pronta adesão ao movimento de defesa dos direitos dos animais, participando em diferentes campanhas promovidas pelas associações de proteção animal", a par de ser "dono de uma história de vida impressionante", que "marcou diferentes gerações e momentos nacionais".

O PEV lembra o músico "como uma pessoa alegre, dedicada, carismática e solidária, um homem de lutas, que pautou a sua vida pelos valores da paz, da liberdade e de muitas outras causas justas", e cujo falecimento deixa "uma marca profunda".

Os deputados independentes, eleitos nas listas socialistas, elencam que "a franqueza, a alegria e a lealdade para com todos os que dele se aproximaram convertem-se agora, com a sua partida, num imenso lastro de tristeza e de ternura".

O grupo municipal do PS refere que "como na música", Zé Pedro "brilhará para sempre".

O guitarrista dos Xutos e Pontapés morreu na quinta-feira, aos 61 anos. Zé Pedro estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, só tendo sido assumida publicamente no passado dia 04 de novembro, no derradeiro concerto do músico, no fecho da digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.

No final na década de 1970, Zé Pedro, com Zé Leonel e Paulo Borges, criou a banda Delirium Tremens, que mais tarde passou a chamar-se Xutos & Pontapés, com a entrada de Kalú e de Tim, para o lugar de Paulo Borges.

O primeiro concerto dos Xutos & Pontapés realizou-se a 13 de janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.

As cerimónias fúnebres de Zé Pedro realizaram-se no sábado.

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