“Devemos ser francos, a demora no processo de permissão para a utilização das armas de que fala (…) contra alvos militares no território da Federação Russa (…) leva a Rússia a deslocar esses alvos militares para o interior do seu território”, declarou Volodymyr Zelensky durante uma conferência de imprensa.
Este assunto esteve no centro de uma rara visita conjunta, na quarta-feira, em Kiev, dos chefes da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, e da diplomacia britânica, David Lammy.
“A Ucrânia estava muito preparada, muito convencida e muito focada em relação aos mísseis de longo alcance durante esta reunião. É importante que os nossos parceiros recebam todos estes detalhes e sinais pessoalmente e da minha parte”, sublinhou Zelensky.
O Presidente ucraniano indicou ainda que a Ucrânia tem uma “grande escassez” destes mísseis e sugeriu que o Ocidente estava, no entanto, a tentar preservar certas restrições à sua utilização.
“Se podemos usar armas”, então devemos ser capazes de “usá-las da forma que precisamos, para atingir alvos militares russos”, insistiu o chefe de Estado à imprensa.
“Se as restrições forem levantadas para armas em que não estejam mísseis incluídos, isto não é um levantamento das restrições, mas simplesmente outra forma de não decidir positivamente sobre a utilização das armas em causa”, continuou.
Volodymyr Zelensky afirmou que o exército russo lançou uma contraofensiva na região russa de Kursk, onde as forças de Kiev capturaram mais de 1.000 quilómetros quadrados desde o início da sua ofensiva em agosto.
“Os russos lançaram ações contraofensivas”, declarou Zelensky durante uma conferência de imprensa, garantindo ainda que esta resposta das forças de Moscovo “é consistente com o plano ucraniano”, sem, entretanto, acrescentar mais detalhes.
Um ataque russo contra veículos do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) fez três mortos e dois feridos no leste da Ucrânia, anunciou também hoje Zelensky na rede social Telegram.
“Infelizmente, três pessoas foram mortas neste ataque russo” na região de Donetsk, declarou o Presidente ucraniano, sublinhado ainda que os dois feridos “estão a receber a ajuda necessária”.
Dmytro Loubinets, o comissário ucraniano para os direitos humanos, disse que os mortos eram “três cidadãos ucranianos, funcionários do CICV”.
O incidente envolveu “fogo de artilharia” e aconteceu na aldeia de Virolyubivka, muito perto da frente, numa zona onde os combates são muito intensos.
Zelensky afirmou que este é “outro crime de guerra russo”.
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