Em entrevista à agência Lusa, Paulo Pinheiro sublinha que a vitória conquistada pelo português na ronda anterior, na Áustria, "foi a cereja no topo do bolo".

"A vitória do Miguel é um prémio para ele e para todos nós. Melhor é impossível. Fez uma corrida extraordinária, foi a cereja no topo do bolo. E serviu para lhe tirar pressão de cima", frisou Paulo Pinheiro.

O administrador do AIA vê no piloto de Almada "uma pessoa diferente desde que ganhou", confessando estar "muito feliz por ele".

"Para nós também é bom porque é impossível pensar em melhor aperitivo do que ter cá uma corrida no ano em que ele está a ganhar. Ele merece mais do que ninguém", destaca Paulo Pinheiro, que acredita "seriamente" que Miguel Oliveira pode chegar ao Algarve na disputa do título.

O circuito algarvio acolhe a derradeira jornada do campeonato revisto devido à pandemia de covid-19, no dia 22 de novembro.

Antes disso, em outubro, as equipas de MotoGP irão ao AIA para uma sessão de testes, com os seus pilotos de ensaios.

O conhecimento da pista pode ser uma "pequena vantagem" para o piloto luso, mas que, no entender do administrado do circuito de Portimão, se irá esbater "após o primeiro treino livre".

"Quando chegar à corrida de domingo já todos estão ao mesmo nível. Faça o que ele fizer, vai ser fantástico", garante Paulo Pinheiro.

A prova de MotoGP irá ter uma configuração ligeiramente diferente da de Fórmula 1, que se realiza a 25 de outubro.

"A MotoGP faz a versão curta da curva da Torre Vip, como nas Superbikes, enquanto a F1 vem cá abaixo ao gancho", explicou o mesmo responsável.

Quanto ao circuito, o administrador explica que "tem curvas lentas, curvas rápidas, curvas muito rápidas e um troço grande sempre em aceleração desde a curva 14 até ao final da reta da meta".

Para Fórmula 1, "a pista tem várias versões, que permite levar os carros ao máximo em várias áreas. A configuração do circuito será a versão rápida no final da reta da meta e na versão rápida na entrada. O tempo por volta rondará o minuto e 14 segundos", revelou à Lusa.

Segundo as simulações efetuadas, "há três pontos de ultrapassagem, no final da reta da meta, no final da reta interior e na curva Portimão", concluiu Paulo Pinheiro.

Administrador do AIA diz que “não é comparável” público na Fórmula 1 e no futebol

Em entrevista à agência Lusa feita antes do anúncio de novas medidas de contenção da pandemia por parte do primeiro-ministro, Paulo Pinheiro explica que, "fisicamente, os equipamentos não são parecidos", o que faz toda a diferença na hora de decidir.

"Fisicamente, o equipamento não é parecido, nem o tipo de acessos que um estádio de futebol tem. A distância em que o público está espalhado? Aqui está em 6,5 quilómetros, enquanto que no estádio de futebol é em 400 metros. É uma situação completamente diferente. O tipo de público também é completamente diferente", frisa Paulo Pinheiro.

Outra das diferenças prende-se com os horários em cada uma das modalidades, que são bastante diferentes.

"No futebol, tem de se entrar em 45 minutos, ninguém vai ver um jogo três horas antes. Aqui não, há quatro horas de intervalo entre a primeira e a última pessoa a entrar. Há uma série de características físicas completamente diferentes", acrescenta o mesmo responsável.

Ainda assim, Paulo Pinheiro entende que "todos os desportos devem ter condições iguais".

"Falando como leigo, dever-se-á identificar no futebol qual a quantidade de pessoas que não coloca ‘stress’ nas entradas, qual a distribuição dessas pessoas no estádio e determinar uma capacidade que torna seguro estar dentro de um estádio de futebol, de um concerto. As pessoas poderão ser obrigadas a estar sempre de máscara, por exemplo. Desde que se defina o que é preciso para que aquilo aconteça, acho que todos deverão ter tratamento idêntico, não igual", sublinhou.

Quanto aos eventos previstos para o AIA a contar para o Mundial de Fórmula 1 (25 de outubro) e Mundial de MotoGP (22 de novembro), Paulo Pinheiro mostra algumas preocupações apenas com as entradas no recinto.

"O que mais nos preocupa é aquela fase entre o estacionamento e o torniquete. Potencialmente, é onde o público poderá afunilar. Triplicámos o número de entradas para o que seria normal para garantir que não há qualquer congestão. Mas imagine que estamos a prever três horas e toda a gente chega na mesma hora", explica.

As portas do Autódromo algarvio abrem às 07:00, sendo que, no domingo, a corrida de Fórmula 1 começa às 14:10 e a de MotoGP às 13:00.

"No documento que enviámos às pessoas fazemos uma sugestão de hora de chegada, em função da bancada e do local de origem", disse ainda.

Para que os eventos sejam um sucesso e tenham continuidade no futuro, Paulo Pinheiro sublinha a necessidade de um envolvimento conjunto.

"Se quisermos ter a Fórmula 1 muitos anos, temos todos de tentar que isso aconteça. É uma situação extraordinária e as regras são importantíssimas para garantir que tudo corre bem", frisou.

A venda de bilhetes decorrerá apenas até 15 dias antes de cada evento.

Nesta altura, a procura de bilhetes é maioritariamente de público português (60 por cento).