O tenista sérvio Novak Djokovic, número 1 do mundo, voltou a ter o seu visto de permanência na Austrália cancelado, adianta o jornal The Guardian. A decisão foi tomada pelo ministro da Imigração do país, Alex Hawke, e comunicada através de nota de imprensa.

Segundo o comunicado do ministro, o visto de Djokovic foi cancelado com base "no interesse público do país". A decisão, sendo considerada gravosa, implica que o tenista não possa voltar a receber um visto de entrada nos próximos três anos. O tenista, todavia, ainda pode recorrer da decisão.

"Hoje exerci o meu poder de acordo com a secção 133C da Lei das Migrações para cancelar o visto obtido pelo senhor Novak Djokovic com base em princípios de saúde e ordem, tendo como justificação de que é do interesse público fazê-lo", lê-se.

Esta decisão contraria assim a ação prévia do governo australiano de restituir o visto ao tenista sérvio, permitindo-lhe permanecer no país apesar das irregularidades na obtenção do documento.

O sorteio do Open da Austrália tinha sido adiado devido à incerteza sobre a participação de Djokovic, mas o tenista foi mesmo incluído na primeira ronda para jogar contra Miomir Kecmanovic. Com este novo cancelamento, é uma incógnita o que acontecerá ao torneio.

O tenista, envolvido em polémica por assumir posições antivacinação contra o SARS-CoV-2, admitiu a prestação de informação falsa no preenchimento da declaração de entrada na Austrália. Tendo testado positivo à covid-19 em dezembro, Djokovic admitiu igualmente ter dado uma entrevista presencial em Belgrado, ignorando o período obrigatório de 14 dias de quarentena para os infetados.

O atleta sérvio chegou à Austrália na semana passada com uma isenção médica concedida pelos organizadores do torneio. No entanto, os agentes que fazem o controlo da fronteira rejeitaram a isenção, alegando que o resultado positivo de um teste de PCR não o qualifica para se beneficiar dela. Por esse motivo, anularam o visto e Djokovic e enviaram a jogador para um centro de detenção de migrantes em Melbourne.

Esta segunda-feira, a sua equipa de advogados conseguiu que um juiz revertesse a decisão por um erro de procedimento durante o seu interrogatório no aeroporto de Melbourne.

A primeira-ministra sérvia, Ana Brnabic, avisou na quarta-feira que se houve desrespeito do tenista pelas normas de combate à pandemia de covid-19, isso constitui uma “violação grave” das leis daquele país.

O sérvio, de resto, não foi o único tenista nesta situação. A checa Renata Voracova viu-se obrigada a voltar para casa, após o cancelamento do seu visto e da sua retenção no mesmo centro onde Djokovic ficou. Ela anunciou, nesta quarta-feira, que pedirá uma indemnização financeira à Federação Australiana de Ténis.

A associação de ténis feminino WTA criticou as "lamentáveis" dificuldades experimentadas pela jogadora e defendeu que Voracova "não fez nada de errado".

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