Num comunicado no sítio oficial, a SAD liderada por António Salvador historiou o processo, informando ter manifestado interesse no jogador no início de maio deste ano, mas não o concretizou e “afastou-se de qualquer negociação” porque foi informada que “a SAD açoriana aceitaria negociações pelo valor de três milhões de euros, omitindo que a cláusula de rescisão é de dois milhões”.

“Após o fecho do campeonato, o Sporting de Braga tomou conhecimento de que o Santa Clara negociava o jogador com o Benfica por 1,5 milhões de euros. O avançado permaneceria, porém, no plantel do Santa Clara”, pode ler-se.

Contudo, a 29 de julho, os minhotos ficaram a saber pelos representantes do jogador que “Guilherme Schettine rejeitava a transferência para o Benfica, por entender que desportivamente não era a opção que melhor servia as suas ambições imediatas”.

“Nesse cenário, o Sporting de Braga reiterou o seu interesse, após saber pelos empresários de Schettine que havia o compromisso por parte do Santa Clara de negociar o avançado pelos mesmos valores discutidos com o Benfica”, lê-se.

Dois dias depois, “formalizou uma proposta que satisfazia as pretensões do Santa Clara”, mas nunca obteve resposta.

A 01 de agosto, o Santa Clara informou Schettine e os seus representantes para a marcação de uma reunião, no dia seguinte, em Lisboa, com os responsáveis do Benfica, mas o jogador e os seus empresários “recusaram reunir”, lê-se.

“Perante a ausência de resposta do Santa Clara à proposta apresentada pelo Sporting de Braga, António Salvador contactou diretamente o administrador Diogo Boa Alma, que afirmou que não negociaria com o Sporting de Braga por ter um compromisso pessoal para colocar o jogador no Benfica e por temer represálias, remetendo para a cláusula de rescisão e assim faltando à palavra dada aos representantes do jogador”, dizem os bracarenses.

No segundo dia de agosto, “e apresentando-se como representante dos interesses do Benfica, José Luís Gonçalves (ex-diretor de futebol do CD Aves) entrou em contacto com o empresário do jogador, Javier Rangel, pedindo uma reunião com o presidente do Benfica e garantindo que tanto Guilherme Schettine como o seu agente seriam ‘bem recompensados'”.

O Sporting de Braga conclui, frisando que o episódio denunciado “não é caso único, mas antes a demonstração de uma realidade profundamente entranhada: o futebol português transformou-se num teatro de marionetas”.

“Sociedades que deviam competir num plano de igualdade resignam-se a uma lógica vertical de influências, na qual ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’ e onde se multiplicam operações que escapam à lógica desportiva, se inflacionam de forma especulativa os valores do mercado e se impede que outros clubes possam reforçar-se”, acusa, também numa crítica indireta ao Benfica.

O Sporting de Braga lamenta que, num país “que tem uma Federação tão pujante e uma Liga que se apresenta cada vez mais sustentável”, se esconda “a pobreza de um edifício de campeonatos profissionais onde competem clubes tão dependentes de uma mão que as alimente política e financeiramente e tão permeáveis a influências externas, não pela sua falta de grandeza institucional, mas pela pequenez de alguns dos seus dirigentes”.

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