Os sócios decidiram, está decidido. Num clube “partido ao meio”, entre apoiantes da continuidade de Bruno de Carvalho e da sua destituição, os associados do Sporting CP decidiram-se pela segunda.
Naquela que foi a primeira Assembleia-Geral de Destituição da história do clube – e que foi tratada pelas autoridades como um jogo de alto risco –, as urnas abriram às 14h50 e o primeiro sócio do Sporting interveio às 15h10, numa assembleia em que cada interveniente teve direito a dois minutos para expor a sua opinião, decorrendo ao mesmo tempo a votação para a destituição ou continuidade de Bruno de Carvalho à frente do clube verde-e-branco.
A tarde ficou ainda marcada por uma tentativa de agressão a Álvaro Sobrinho, confirmada pelo próprio, e também pela presença de Bruno de Carvalho na Altice Arena (recorde-se que o Presidente leonino tinha dito que não estaria presente na AG que votava a destituição do Conselho Diretivo que lidera).
Os resultados? No universo de 14.735 votantes, cerca de 71,36% dos sócios votaram a destituição de Bruno de Carvalho e do seu Conselho Diretivo, ao passo que 28,64% votaram pela continuidade dos mesmos, de acordo com a SIC, que avançou também que Jaime Marta Soares terá sido atingido com uma garrafa quando anunciava os resultados.
Contas feitas, Bruno de Carvalho sai da liderança do clube verde-e-branco, tendo sido marcadas eleições para o próximo dia 8 de setembro para eleger um novo líder, e onde também será eleito um novo Conselho Fiscal e uma nova Mesa da Assembleia-Geral (até agora liderada por Jaime Marta Soares).
Bruno de Carvalho, recorde-se, estava na liderança do Sporting CP desde 2013, altura em que bateu José Couceiro e Carlos Severino na corrida à liderança do clube leonino. Quatro anos depois foi reeleito, com uma vitória esmagadora sobre Pedro Madeira Rodrigues (86% dos votos).
2018, contudo, foi marcado por um período conturbado ao nível do futebol profissional masculino, que teve o seu infeliz apogeu com uma invasão à Academia de Alcochete perpetrado por um grupo de cerca de 40 indivíduos, que agrediram jogadores e elementos do staff leonino. Na sequência dos acontecimentos, nove jogadores rescindiram unilateralmente com o clube (entre os quais o capitão Rui Patrício e os internacionais Gelson Martins, William Carvalho, Bruno Fernandes e Bas Dost, esteios do plantel) e Jorge Jesus abandonou o comando técnico dos leões.
Perceber os últimos meses do clube de Alvalade, todas as incidências, pode ser difícil. Entre providências cautelares, rescisões de jogadores, pedidos de destituição, comissões de fiscalização, transitórias e de gestão, o tempo foi correndo até este sábado. Para que não se perca nesta complexa teia de acontecimentos preparámos uma cronologia que pode consultar aqui.
Depois do resultado da votação de hoje, uma coisa parece certa: a maioria dos sócios que compareceram na AG quiseram uma mudança nos destinos do clube. Setembro trará novidades.
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