Incontidos na alegria, os adeptos chegaram de todo o lado — aproveitando que foi decretado feriado nacional para a população poder participar nas celebrações — para receber Lionel Messi e os seus companheiros, que chegaram já madrugada à sua terra natal, antes de subirem a um autocarro aberto para o tradicional desfile dos campeões.
As grandes avenidas da capital estão completamente lotadas de gente e entusiasmo, ouvindo-se, constantemente, várias das canções que se tornaram verdadeiros ícones da campanha da ‘albi-celeste’ no Qatar.
“Rapazes… agora ganhámos a terceira”, é a melodia que eclode por todo o lado, a par do hino nacional as músicas mais acarinhadas pelos argentinos.
Não se vislumbra um adepto que não esteja trajado a rigor nem uma fachada de edifício sem palavras de agradecimento ou as cores azul-celeste e branco, conferindo à noite um calor adicional aos 25.º que se verificavam às 21:00, várias horas ainda antes de a comitiva aterrar.
A oportunidade de ver os seus ídolos, tocar no autocarro ou participar na festa foi o que mobilizou uma multidão que tinha superado o milhão logo após o êxito frente à França, segundo informação autarquia, agora amplamente superada nos seus números.
O avião das Aerolíneas Argentinas, pintado a rigor a celebrar o feito, com imagens de Messi e Di Maria, entre outros, e a frase “uma equipa, um país, um sonho”, aterrou por volta das 02:30 da madrugada locais (05:30 em Lisboa).
O ‘banho’ de multidão começou logo no aeroporto e prossegue em cada metro que o veículo de dois andares tem de percorrer, muito lentamente, no seu passeio triunfal com os novos heróis da nação.
A multidão posicionou-se muito cedo, com grupos de amigos e famílias a tentar garantir o melhor lugar, usando cadeiras de campismo e fazendo churrascos, enquanto celebram com bandeiras, tambores e balões, entre outros adereços.
“Estou aqui pela minha paixão pela argentina. Amo o Messi, amo toda a equipa. É uma emoção enorme que é difícil de explicar. O meu coração está em sobressalto. Acho que somos o único país que vive o futebol assim, com esta loucura, alegria e felicidade”, exultou Alejandra Diaz, de 55 anos.
As celebrações estão a ser controladas, na medida de possível, pela polícia que acompanha todo o percurso, tentando que o mesmo seja rápido nos cerca de 30 quilómetros rumo ao mítico Obelisco, o ‘coração’ dos festejos em Buenos Aires.
Em 2021, depois do triunfo na Copa América, no Brasil, o autocarro demorou cerca de quatro horas para percorrer 10 quilómetros.
Entretanto, Lionel Messi, sete vezes consagrado com a Bola de Ouro e considerado o melhor futebolista do Mundial2022, dormiu com o troféu e foi essa imagem que partilhou nas redes sociais, com a frase “bom dia”.
O futebolista de 35 anos tem nova festa prometida em Rosário, a sua terra natal, 300 quilómetros a noroeste de Buenos Aires.
“Vamos recebê-lo e celebrá-lo por meses, anos…”, prometeu Luciano Peralta, 41 anos, comerciante que viajou de madrugada desde Rosário para acompanhar o seu ídolo.
Cristina Vasquez, de 42 anos, ‘engolida’ pela multidão, assume estar “comovida por ver este amor” pelo seu país.
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