“Os Jogos Olímpicos são o maior evento multidesportivo do universo e nada melhor do que acabar a carreira num palco como esse. É o meu sonho terminar dessa forma”, adiantou Emanuel Silva à Lusa, momentos antes de subir a palco para ser um dos oradores de uma sessão da quarta edição do Encontro Nacional de Esperanças Olímpicas, que decorre no Centro de Alto Rendimento (CAR) de Rio Maior.
No entanto, o experiente atleta, prata em K2 1.000 metros em Londres2012, com Fernando Pimenta, sublinhou também saber das dificuldades que terá pela frente para alcançar esse objetivo.
“Obviamente não somos favoritos [faz equipa com Artur Pereira], o João [Ribeiro] e o Messias [Baptista] têm muito valor, são campeões do mundo, mas acredito que podemos surpreender”, analisou, acrescentando que também “não ficaria bem” se não tentasse todos os esforços para estar em Paris.
“Não ficaria bem comigo se um dia mais tarde pensasse ‘se tivesse ido’ ou ‘porque é que não arrisquei'”, justificou o atleta olímpico por cinco vezes, notando que, “se não acreditasse que era possível, nem o diria socialmente” e que, como atleta de alta competição há mais de 20 anos, vai “sempre até à última”.
De forma a continuar a sonhar com o objetivo olímpico, Emanuel Silva, de 38 anos, vai, em equipa com Artur Ribeiro, participar numa seletiva interna de K2 500 metros, agendada para abril, em que terá Messias Baptista e João Ribeiro como principais adversários.
No entanto, Emanuel Silva, bracarense que aos 18 anos surpreendeu com o sétimo lugar na final de K1 1.000 metros em Atenas2004, salientou também que, caso não consiga a qualificação, terminará a carreira de “consciência tranquila”.
“Não tenho nada a provar a ninguém. O Emanuel já conquistou muito para o desporto nacional e para a canoagem portuguesa, por isso, Paris2024 era um sonho, poderá vir a acontecer, mas, se eventualmente não acontecer, saio de consciência tranquila de que tudo fiz para lá estar”, disse.
Caso o desfecho não seja o pretendido, a data para a última aparição como atleta de alta competição, revelou também, ainda não está definida.
“Decididamente, e já tendo falado com a família, 2024 é o ponto final. Caso não vá a Paris, não decidi ainda o mês em que vou fazer a última prova”, completou.
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