Numa missiva a que a agência noticiosa Associated Press teve acesso, os clubes espanhóis, ingleses e italianos que formam parte da nova prova avisam Gianni Infantino, presidente da FIFA, e Aleksander Ceferin, líder da UEFA, que poderão ter de recorrer aos tribunais para levar avante o projeto.
Por outro lado, fizeram saber que a competição tem já acordado um financiamento de quatro mil milhões de euros de uma instituição financeira para assegurar a prova.
Hoje de manhã, o banco norte-americano JP Morgan confirmou que “vai financiar a operação”, através de um porta-voz do banco em Londres, em declarações à agência France-Presse.
A UEFA tinha avisado os clubes que iria procurar impedi-los, pela via judicial, de competir nas ligas nacionais se a Superliga avançasse, pelo que os clubes tomaram “passos de proteção para garantir defesa contra uma reação tão adversa”.
“Por esta razão, a SLco (Super League Company) deu entrada de uma moção nos tribunais relevantes para garantir o estabelecimento da operação sem problemas, de acordo com todas as leis aplicáveis”, pode ler-se na carta, que não identifica os tribunais onde a ação foi submetida.
Segundo o documento, o torneio deve ser jogado “ao lado de competições existentes, liga e taça, que são uma parte fulcral do tecido competitivo do futebol europeu”.
“Não queremos substituir a Liga dos Campeões ou a Liga Europa, mas competir com e existir ao lado destes torneios”, acrescentam.
No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham, treinado pelo português José Mourinho, “uniram-se na qualidade de clubes fundadores” da Superliga, indica um comunicado enviado à AFP.
“A época inaugural (...) iniciar-se-á o mais brevemente possível”, informam os subscritores do comunicado, sem precisar qualquer data, adiantando que a nova competição pretende “gerar recursos suplementares para toda a pirâmide do futebol”.
Os promotores da Superliga adiantam que a prova será disputada por 20 clubes, pois, aos 15 fundadores – apesar de terem sido anunciados apenas 12 -, juntar-se-ão mais cinco clubes, qualificados anualmente, com base no desempenho da época anterior.
A época arrancará em agosto, com dois grupos de 10 equipas e os jogos, em casa e fora, serão realizados a meio da semana, mas todos os clubes participantes continuarão a disputar as respetivas ligas nacionais.
O comunicado dos 12 clubes surge no mesmo dia em que a UEFA reafirmou que excluirá os clubes que integrem uma eventual Superliga europeia de futebol, e que tomará “todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo” para inviabilizar a criação de um “projeto cínico”.
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