“É uma oportunidade única não só de afirmação dos valores do desporto, mas também de deixar um legado ao nível das infraestruturas e do conhecimento”. Mário Santos define desta forma o impacto que os Jogos Europeus Universitários (EUG2018), competição que arranca no domingo em Coimbra com 3.140 atletas que competem em 13 modalidades, oriundos de 38 países, em representação de 400 universidades.
O secretário-geral da Comissão Organizadora destacou o “legado ao nível das infraestruturas” derivado do orçamento operacional de 4 milhões de euros e dos “quase cinco milhões de euros de investimento direto” em obras de melhoramento de grande parte das infraestruturas desportivas que fazem parte dos EUG2018, como sejam a “recuperação do Estádio Universitário de Coimbra, a reabilitação de três pavilhões, um campo relvado sintético, cinco campos de ténis e toda a envolvência e acessos do complexo”, adiantou.
“Não há nada criado de novo. Foram obras de melhoramento e reabilitação de infraestruturas já existentes e na lógica da utilização do dia-a-dia, ou seja, apenas alterações pontuais para os jogos e que no dia seguinte possam estar ao serviço das universidades, equipas, clubes, cidade e do país”, reforçou.
Para além das instalações, a herança que estes Jogos Universitários deixam estendem-se “à componente desportiva, educacional e do conhecimento”, ressalva Mário Santos.
Permitir que Coimbra possa “atrair estudantes que queiram conciliar os estudos com carreiras de alta competição” e fomentar a universidade como “produção, conhecimento, investimento e investigação na área do desporto, sendo que o desporto é uma forma de alavancar o conhecimento”, frisou, considerando ainda a cidade "um centro de alto rendimento em potência”, algo que os Jogos Universitários vieram reforçar.
Portugal com 440 atletas em representação de 13 universidades
A 4ª edição dos Jogos Universitários que decorrem de 15 a 28 de julho é “o maior evento multidesportivo realizado em Portugal”, destaca ainda o secretário-geral desta organização conjunta entre Universidade de Coimbra, a Federação Académica de Desporto Universitário, a Associação Académica de Coimbra e a Câmara Municipal de Coimbra, sob a égide da European Universities Sports Association.
Um dado que obrigou a um esforço adicional de organização com “mais de 4 mil pessoas acreditadas, entre técnicos, atletas e árbitros”, a que se juntam mil voluntários e durante a qual estão disponibilizadas 2.100 camas e serão servidas 125 mil refeições.
A competição universitária que envolve 13 modalidades, andebol, badmínton, basquetebol, futebol, futsal, judo, râguebi, ténis de mesa, ténis de mesa adaptado, ténis, voleibol e remo tem na canoagem a novidade em relação aos Jogos de 2016, disputados em Zagreb e Rijeka, na Croácia. Remo e canoagem disputam-se no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, enquanto as restantes decorrem no Estádio Universitário e em outros equipamentos desportivos da cidade.
De entre os atletas participantes merece destaque a presença do campeão olímpico de canoagem alemão, Tom Liebscher, que venceu no Rio2016 o ouro em K4 e que irá competir em K1 nos EUG2018, prova onde soma também várias medalhas mundiais e europeias, entre elas três títulos mundiais e quatro europeus.
A nível nacional, com 440 atletas de 13 universidades destaque para as participações da canoísta olímpica Francisca Laia, campeã mundial universitária, vencedora de várias etapas da Taça do Mundo e atleta olímpica, nos Jogos Rio2016 e para a judoca Catarina Costa, campeã europeia universitária.
Coimbra sucede à cidade espanhola de Córdoba, em 2012, a holandesa Roterdão, em 2014, e Zagreb e Rijeka, na Croácia, em 2016, com Belgrado, capital da Sérvia, a receber a competição em 2020, já com 23 modalidades anunciadas.
A Cerimónia de Abertura, que não é aberta ao público em geral, contará com as presenças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, do Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo, Rebelo, do Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, do Reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, do Presidente da FADU, Daniel Monteiro, entre outras individualidades. Cuca Roseta empresta a voz para hino nacional.
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