Mais de uma centena de presidentes de federações desportivas ucranianas também concordaram na possibilidade de boicotar os Jogos Olímpicos, numa assembleia virtual, que decorreu enquanto soavam alarmes antiaéreos em todo o país.
A decisão final será tomada dentro de alguns meses, depois de conhecidas as posições das organizações desportivas e das federações internacionais, nomeadamente do Comité Olímpico Internacional (COI), que o governo ucraniano acusa de ser conivente na promoção da guerra.
“A guerra tira a vida a milhares de cidadãos. Temos que nos unir e lutar contra a possibilidade de russos e bielorrussos participarem em competições internacionais e nos Jogos Olímpicos”, realçou o presidente do Comité Olímpico da Ucrânia, Vadym Guttsait, medalha de ouro em esgrima, em Barcelona1992.
Ao longo da próxima semana, o comité olímpico ucraniano comunicará a sua posição aos dirigentes das federações desportivas nacionais e internacionais e, de acordo com as reações e decisões posteriores do COI, outra assembleia decidirá o rumo a seguir.
“Enquanto a guerra continuar, os atletas russos e bielorrussos não devem ser autorizados a participar, mesmo sob uma bandeira neutra”, enfatizou Vadym Guttsait, acrescentando que a Ucrânia pode recorrer ao boicote como “último recurso”.
Nesse sentido, os compromissos não são possíveis, disse o antigo atleta olímpico, já que a Rússia destruiu 334 infraestruturas desportivas na Ucrânia e matou 220 atletas ucranianos.
Além disso, o presidente do Comité Olímpico da Ucrânia indicou que outros países, como Lituânia, Letónia e Polónia, apoiam a posição ucraniana.
Em entrevista coletiva que se seguiu à assembleia virtual, Valery Borzov, membro do comité e antigo campeão olímpico nos 100 e 200 metros em Munique1972, afirmou que a participação simultânea de atletas ucranianos, russos e bielorrussos representaria um sério dilema moral.
A medalha de bronze olímpica em natação sincronizada em Tóquio2020 Marta Fedina destacou que os ataques russos tornam quase impossível para os atletas ucranianos treinar e se preparar para as competições, portanto, permitir que russos e bielorrussos participem seria contrário aos princípios do ‘fair-play’.
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