“Há que ver aquilo que a equipa está e não está a fazer nos distintos momentos do jogo. Depois, perceber que o espírito competitivo e a nossa mentalidade têm de estar sempre presentes. Ter contrato com o FC Porto não basta. É preciso sentir o clube, como disse muitas vezes. É preciso jogar à FC Porto”, observou o técnico, durante a conferência de imprensa de lançamento da receção ao Casa Pia, no sábado, da 13.ª jornada da I Liga.

A derrota averbada na visita ao Estoril Praia (1-3), na quarta-feira, da segunda ronda do Grupo D, ditou o afastamento da ‘final four’ da Taça da Liga, prova que o FC Porto tinha vencido pela primeira vez na última época, após 16 edições e quatro decisões perdidas.

“Depois de dissecar este jogo, tenho a convicção plena de que não era preciso perdê-lo para perceber aquilo que não fizemos e deveríamos ter feito para ganhar de uma forma tranquila ao Estoril. Se fizermos o que planeamos, temos futebolistas de nível superior e tudo para vencer. Esse trabalho foi feito e a minha preocupação é o Casa Pia”, indicou.

Os ‘canarinhos’ impuseram a sexta derrota da temporada à equipa de Sérgio Conceição, que já tinha sido batida pelo então lanterna-vermelha da I Liga em casa (0-1), em 03 de novembro, num duelo da 10.ª jornada da prova, quebrando uma série de quatro vitórias.

“Sempre disse que temos uma equipa jovem. Jogar perante o nosso público, numa fase inicial em que estamos numa evolução natural e esses jogadores novos têm de evoluir a ganhar, não é fácil. Por vezes, eles sentem um pouco mais esse conforto fora, porque o Dragão tem o seu peso. É absolutamente natural e, com isto, não estou a dizer que os adeptos não têm de assobiar quando não se joga bem ou fazemos algo errado”, expôs.

Falhado mais um objetivo em 2023/24, que começou com uma derrota face ao campeão nacional Benfica na Supertaça Cândido de Oliveira (0-2), em agosto, o FC Porto efetuou uma sessão bidiária na quinta-feira para “analisar a postura” revelada diante do Estoril.

“Consegue-se essa solidez se os microciclos nos derem tempo para recuperar os atletas que somam mais minutos. Depois, meter momentaneamente um ou outro jogador numa equipa rotinada e com os processos bem oleados e automatizados é diferente de colocar três ou quatro e pedir-lhes que façam o mesmo em relação àqueles que acumulam mais minutos. Essa evolução, por vezes, é complicada e tropeça-se aqui ou acolá”, advogou.

O encontro com o Casa Pia antecederá a deslocação a Alvalade, numa altura em que os ‘dragões’ ocupam o terceiro lugar, três pontos abaixo do líder isolado Sporting e a um do Benfica, segundo colocado, sendo que, entre essas duas próximas rondas da I Liga, vão decidir o futuro na Liga dos Campeões na receção aos ucranianos do Shakhtar Donetsk.

“Esperamos um Casa Pia dentro daquilo que tem sido ao longo da época. É uma equipa com poucos golos sofridos e que sabe o que faz no seu processo defensivo. Em termos ofensivos, são verticais e incisivos. O [novo técnico] Pedro Moreira privilegiava o ‘4-2-3-1’ e o ‘4-4-2’ no Torreense, mas pegou no Casa Pia e deu continuidade à dinâmica”, notou.

O médio argentino Alan Varela evoluiu hoje para treino integrado condicionado e estará mais perto de reintegrar as opções de Sérgio Conceição, ao passo que João Mário, Iván Marcano, Wendell e Gabriel Veron continuam lesionados e são ausências confirmadas.

O FC Porto, terceiro colocado, com 28 pontos, menos três face ao líder isolado Sporting, recebe o Casa Pia, 11.º, com 13, no sábado, às 20h30, no Estádio do Dragão, no Porto, para a 13.ª ronda da I Liga, sob arbitragem de João Gonçalves, da associação do Porto.