Graça Freitas, que hoje participou na cerimónia do sorteio das competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, não se quis comprometer com datas, lembrando que "tudo vai depender da evolução da doença [covid-19] no país".

"Não é uma situação posta de parte. Está a ser analisada e ponderada. Veremos como a doença se vai comportar para saber como podemos diversificar as nossas atividades", disse.

A diretora-geral da Saúde confessou que "mesmo não sendo uma entendedora [de futebol]", percebeu "o quão é importante para as competições ter o público presente nos estádios".

"Não existe nenhum preconceito ou tabu em relação ao público no futebol. É apenas uma questão de segurança. Sei que foi importante a retoma para todos os operadores, mas o público faz a diferença e senti isso nas transmissões que vi na televisão", partilhou.

Questionada sobre que condições têm de estar reunidas para que esse regresso dos adeptos se efetive, Graça Freitas apontou para, antes de tudo, que "o vírus tenha uma circulação controlada".

"O primeiro parâmetro é que a doença não esteja a circular de forma muito intensa. A intensidade da pandemia é que vai determinar a nossa capacidade de nos juntar. Todos desejamos que na próxima época o vírus tenha uma circulação controlada. Se isso vai acontecer? Não sei", afirmou, à margem do sorteio, que decorreu em Vila Nova de Gaia (Porto).

Graça Freitas vincou, ainda assim, que o regresso do público terá de ser testado "num jogo piloto, para ver como as coisas correm".

Em ano de pandemia de covid-19, que motivou a interrupção das competições profissionais em março e a sua retoma sem público nas bancadas, a partir de junho, a Liga de clubes distinguiu hoje a Direção-Geral da Saúde com o Prémio Mérito, recebido por Graça Freitas.

Proença quer público nos estádios tal como na Festa do Avante ou nas touradas

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) defendeu hoje que o estádios de futebol possam ter público "tal como acontece na festa do Avante ou nas touradas".

Pedro Proença partilhou essa convicção no final da cerimónia do sorteio das competições da LPFP, embora vincando que essa é uma questão que "está nas mãos da Direção-Geral da Saúde [DGS]".

"Se permitem que na festa do Avante haja público, assim como nas touradas, também podemos criar todas as condições para que, rapidamente, possa haver adeptos no futebol profissional", disse o dirigente, em referência à pandemia de covid-19.

Pedro Proença vincou, ainda assim, que os clubes "sabem que há valores, como a Saúde, que, neste momento, não se podem ultrapassar”, mas lembrou que "o futebol vive para os espetadores".

"O que pedimos é que haja uma equidade para o futebol em relação a outras atividades", vincou.

O líder da LPFP recuperou "a forma exemplar" como o organismo conseguiu "terminar a competição [I Liga] na época passada", depois de esta ter sido interrompida em março devido à pandemia de covid-19, assumindo estar preparado "para adicionar público" esta temporada.

A Liga de Clubes já anunciou a intenção de ter adeptos nas bancadas na ‘final four' da Taça da Liga, no Estádio Municipal de Leiria, mas acredita que "muito antes" o público possa ver ao vivo as outras competições.

"Temos a expectativas que coisas aconteçam antes da ‘final four' em Leiria. O documento que entregámos na DGS vai nesse sentido, que essa antecipação do regresso aconteça antes [de janeiro]. Mas é o quadro pandémico que vai determinar a tomada de posição da DGS", disse Pedro Proença.

O líder da LPFP garantiu que "os clubes sempre se sujeitaram às regras da Direção-Geral da Saúde e continuarão a fazê-lo".

A I Liga de futebol arranca no fim de semana de 19 e 20 de setembro e termina no dia 19 de maio de 2021.

Portugal contabiliza pelo menos 1.815 mortos associados à covid-19 em 57.074 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

(Artigo atualizado às 23:04)