“A Federação norte-americana de futebol compromete-se a pagar um salário igual a partir de agora para as equipas nacionais femininas e masculinas em todos os jogos particulares e torneios, entre os quais o Campeonato do Mundo”, revelam os termos do acordo entre a federação e as jogadoras.
O acordo acontece anos depois de 28 jogadoras da equipa campeã mundial em 2019 terem interposto uma ação contra a Federação, contra uma política discriminatória no que diz respeito a prémios e salários entre homens e mulheres.
Com os novos termos, a equipa feminina terá direito a 22 milhões de dólares (cerca de 19,3 milhões de euros), cerca de um terço do que exigiam na ação, mais bónus, o mesmo que é distribuído na seleção masculina.
A estes 22 milhões de euros acrescem dois milhões de dólares (1,7 milhões de euros) para um fundo, que se destina a apoiar as futebolistas no final das suas carreiras e no suporte a projetos de desenvolvimento do desporto feminino.
“Para a nossa geração, sabermos que deixamos o jogo num lugar exponencialmente melhor do que aquele em que o encontrámos, é tudo”, assinalou a ‘estrela’ Megan Rapinoe, em declarações à Associated Press.
A jogadora enfatizou que essa é a questão de fundo neste litígio e que não haverá justiça se não forem capazes de garantir que as desigualdades não voltam a acontecer.
Também a presidente da Federação, a ex-futebolista Cindi Parlow Cone, que assumiu o cargo em março de 2020, tinha admitido no último ano a vontade de “harmonizar” as questões financeiras entre as seleções masculina e feminina.
Cone substituiu no cargo Carlos Cordeiro, lusodescendente que cessou funções depois de expressar em tribunal declarações consideradas discriminatórias em relação à equipa feminina, apontando que as jogadoras eram menos dotadas tecnicamente e tinham menos responsabilidades.
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