créditos: JAVIER SORIANO / AFP

No verão de 2020, quando Ronald Koeman assumiu o comando técnico do FC Barcelona, após a saída de Quique Setién, riscou Luis Suárez, o 'S' de um dos trios de ataque mais míticos da história do futebol, la MSN (Messi, Suárez, Neymar), dos planos do clube.

O avançado uruguaio — e os seus 198 golos e 97 assistências — foi convidado a fazer as malas de uma forma que o jogador considerou ser pouco apropriada: por telefone.

"[Ronald Koeman] Ligou-me e disse-me que não contava comigo", contou já este ano Luis Suárez numa entrevista à Onda Cero. "Pela forma como me trataram, sinto que fui desprezado", lamentou.

Mais tarde, e após uma publicação revoltada de Lionel Messi nas redes sociais em relação à saída do colega de equipa, Koeman veio a público repartir o peso da decisão: "Não foi só decisão minha, mas também do clube. Parece que eu fiquei como o mau da fita nesse tema. Depois de lhe ligar para lhe anunciar a decisão, demonstrei respeito pelo jogador e a pessoa que é, e sempre treinou ao máximo".

A história que se seguiu é do conhecimento de todos: Suárez mudou-se para o Atlético de Madrid e foi campeão espanhol. Mas o troféu não foi resposta suficiente e, antes do encontro deste sábado entre Colchoneros e Blaugrana, o avançado voltou a abordar a saída do Barça numa entrevista à TVE.

"O karma, o destino toca aqueles que te desprezam, porque não me esqueço de que no ano passado, na pré-temporada, me colocaram a treinar à parte, para que me chateasse. E eu, como profissional, como disse o treinador [Ronald Koeman], fui treinar todos os dias sem má cara, porque é para isso que recebo, e porque sou assim. O destino encarregar-se-á do final".

Suárez voltou a sublinhar que a forma como foi tratado antes de sair do clube catalão o incomodou. "Magoou-me, mais do que tudo porque sou um jogador que sempre dei tudo pelo Barcelona e entreguei-me totalmente ao clube. Tratarem-me assim magoou-me, mas também pensei com autocrítica e acreditei que por alguma razão as coisas acontecem e que o destino vai encarregar-se de mostrar quem acertou e quem não acertou", relembrou.

Palavras fora, a resposta a tudo isto, dentro de campo, também dirigida ao treinador que decidiu a sua saída de Camp Nou, ficou para este sábado, dia 2 de outubro, num dos períodos mais duros da história do FC Barcelona, marcado não só pela saída de Messi, mas também por um arrancar de época assombrado: em nove jogos somam-se três vitórias, três empates e três derrotas.

Quando hoje o Atlético e Barça se defrontaram em Madrid, Suárez marcou o segundo golo do encontro, o primeiro contra a sua ex-equipa. Não fez nenhum festejo exuberante, limitou-se a pedir desculpa à antiga equipa, cumprimentou os colegas e a olhou para as bancadas, onde estava o castigado Koeman, e a fez o gesto que quem está ao telefone.

As câmaras registaram também a reação do técnico holandês ao golo do uruguaio: Koeman leva as mãos à cabeça como quem não queria acreditar naquilo estava a acontecer.

"Esta chamada foi para as pessoas saberem que continuo a usar o mesmo número", disse o jogador após a partida. "Era para Koeman", questionou o jornalista na zona de entrevistas rápidas. "Não, mas se ele quiser levar a peito...", respondeu.

O Atlético de Madrid, que vinha de um surpreendente desaire no terreno do ‘aflito’ Alavés, subiu provisoriamente ao segundo lugar de ‘La Liga’, com 17 pontos, os mesmos do líder Real Madrid, que no domingo visita o Espanyol, depois de vencer o Barça por 2-0.

Já o FC Barcelona deu sequência à crise que se vem acentuando na Catalunha e, dias depois da copiosa derrota no Estádio da Luz (3-0), para a Liga dos Campeões, perdeu pela primeira vez no campeonato, no qual ocupa um modesto nono lugar, com 12 pontos, mas com uma partida em atraso.

Os ‘blaugrana’ seguem atrás de equipas como o Osasuna, que subiu ao quinto posto, com 14 pontos, graças a um triunfo por 1-0 sobre o Rayo Vallecano, sexto, com 13. O tento da formação de Pamplona foi marcado aos 90+1 minutos, por intermédio de Manu Sánchez.

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