“A criação do novo clube permitirá que todas as equipas de futebol e futsal que pertenciam ao Clube Desportivo das Aves possam competir esta época, tendo em conta os regulamentos da Associação de Futebol (AF) do Porto, tal como a equipa de futebol sénior”, lê-se em comunicado emitido pela direção de António Freitas.

Cada formação inscrita vai começar a evoluir nas divisões mais baixas das distritais portuenses, mas a entidade fundadora “não irá extinguir-se” e a secção de voleibol continuará a jogar sob a identidade tradicional do Clube Desportivo das Aves.

A medida surge após a Câmara de Resolução de Disputas da FIFA ter impedido os nortenhos de inscreverem novos atletas desde 03 de agosto, pelas dívidas da SAD de quase 37,5 mil euros a três clubes estrangeiros, associadas aos direitos de formação de dois médios sul-americanos, ambos ligados ao emblema de Santo Tirso até 2019/20.

Além dessas ações extensíveis durante uma época e meia, equivalente a três períodos de inscrição seguidos, há outros processos ainda em fase de instrução e uma decisão condenatória à espera da reabertura do mercado, em janeiro de 2021, para prolongar sanções incidentes sobre a SAD, mas que também estavam a afetar o clube.

Como a FIFA não faz distinção entre as duas personalidades jurídicas, a direção de António Freitas sofreu com os efeitos das dívidas da SAD e anunciou em 27 de setembro a desistência da II Divisão de futsal, assente na inviabilidade de “um projeto consistente”, que voltará a ser recuperado a breve trecho com a criação de um novo clube.

O Aves 1930 pediu o adiamento das duas jornadas inaugurais diante de Pasteleira e São Pedro de Fins, bem como da primeira eliminatória da Taça da AF Porto, a ser disputada no terreno do Campo Lírio, pelo que a estreia na Série 1 da II Divisão distrital está aprazada para 25 de outubro, com a receção ao Invicta, no Estádio do CD Aves.

Já o Aves SAD comunicou em 23 de setembro a saída do Campeonato de Portugal, após falhar o acordo com o Perafita para utilizar as instalações do clube de Matosinhos, tendo a falta de comparência ao estádio do Berço resultado numa derrota administrativa por 3-0 e na subtração de três pontos, acrescidos de uma multa de 510 euros.

A administração do chinês Wei Zhao reprovou em julho os requisitos de licenciamento nas provas profissionais de 2020/21 junto da Liga de clubes e dispensou o recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, após uma época assinalada por incumprimentos salariais, rescisões unilaterais e a descida no relvado à II Liga.

A estrutura tem sido acompanhada pelo administrador judicial provisório António Dias Seabra e beneficia de um Processo Especial de Revitalização (PER), cuja lista provisória reparte dívidas de 17,1 milhões de euros por 110 credores e pode acelerar a insolvência.

O clube apresentou no Tribunal da Comarca de Santo Tirso ações de destituição e despejo dos órgãos sociais da SAD e prepara uma assembleia-geral extraordinária, dependente do aval da Delegação de Saúde de Santo Tirso.

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