Segundo a mesma fonte, todos os sete ciclistas que estavam, na altura das buscas, hospedados num hotel em Trancoso, no distrito da Guarda, no domingo, para participar no Grande Prémio O Jogo foram constituídos arguidos, juntamente com outros três.

Os 10 corredores foram submetidos nesse dia a controlos antidoping, sem que os resultados ainda sejam conhecidos, acrescentou a mesma fonte.

Depois de detido e presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, Nuno Ribeiro ficou com as medidas de coação de proibição do exercício de funções como diretor desportivo, sujeito a apresentações semanais às autoridades policiais e impedido de contactar outros arguidos no processo.

Também José Rodrigues, diretor desportivo da equipa sub-23 Fortunna-Maia e adjunto de Nuno Ribeiro na formação ‘azul e branca’, também detido pela Polícia Judiciária (PJ), ficou sujeito às mesmas medidas de coação.

A investigação está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, indicou a mesma fonte judicial à Lusa, sublinhando que o processo teve origem numa denúncia de um inspetor-chefe da PJ, elemento da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).

O antigo ciclista Nuno Ribeiro, vencedor da Volta a Portugal em 2003 e desapossado do triunfo de 2009 por doping, e José Rodrigues, foram detidos, no domingo, no âmbito da operação da PJ designada ‘Prova Limpa’, para a deteção de métodos proibidos e substâncias ilícitas em provas de ciclismo.

Após as diligências, a PJ informou, em comunicado, que “foram efetuadas duas detenções e realizadas várias dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias em diversas regiões do território nacional, visando dirigentes, atletas e instalações de uma das equipas em competição”, tendo sido “apreendidas diversas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu rendimento desportivo”.

Nesse mesmo dia, a W52-FC Porto falhou a partida para a terceira etapa do Grande Prémio O Jogo.

“A operação policial, envolvendo um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Guarda e Vila Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP”, detalhou a PJ.