Um triunfo, o 17.º consecutivo no campeonato, deixa a equipa de Sérgio Conceição com mais nove pontos do que os atuais campeões nacionais, vantagem no confronto direto e caminho livre para o título, e o empate também seja benéfico para os líderes, já que mantêm uma diferença confortável (seis) sobre o principal rival.
Por isso mesmo, a pressão estará do lado da formação de Rúben Amorim, que terá que fazer o que nenhuma equipa alcançou esta temporada para o campeonato: vencer o FC Porto.
Aliás, os ‘dragões’ têm em casa um recorde absolutamente perfeito, com 10 vitórias em 10 jogos disputados e um registo de 27 golos marcados e apenas seis sofridos.
Caso vença no Dragão, o Sporting relança totalmente o campeonato e deixa tudo em aberto na luta pelo título, com a particularidade de ficar com vantagem direta sobre o FC Porto, caso os dois emblemas terminem a prova empatados.
Do lado da equipa de Sérgio Conceição, o guarda-redes Diogo Costa saiu lesionado do duelo com o Arouca (2-0) na última jornada e está em dúvida. Caso não recupere, será rendido pelo experiente argentino Agustín Marchesín, que promete estar à altura, já que foi o dono da baliza dos ‘dragões’ nas duas últimas temporadas.
No Sporting, Rúben Amorim já sabe que não vai poder contar com Pedro Porro, castigado, depois do espanhol ter regressado em grande forma à equipa ‘leonina’ após paragem devido a lesão. Ricardo Esgaio deverá ocupar o lugar no corredor direito.
Na frente, Pedro Gonçalves, que foi substituído no encontro com o Famalicão (2-0), com queixas na coxa esquerda, também é será uma ausência.
Na primeira volta, no Estádio José Alvalade, registou-se um empate a uma bola, com Nuno Santos a dar vantagem aos ‘leões’ ainda na primeira parte, num lance com assistência do agora ausente Porro, e os ‘dragões’ a restabelecerem a igualdade na segunda metade, pelo colombiano Luis Diaz, que, entretanto, rumou ao Liverpool na reabertura do mercado de transferências.
O clássico tem início agendado para as 20:15.
Sérgio Conceição diz que jogo com Sporting é "importante, mas não decisivo"
“Quando se ganha frente a uma equipa que está próxima na tabela, são três pontos que podemos conquistar e evitar que o adversário some. É um jogo importante, mas não é decisivo. Podem ser mais três pontos, no meio de 102 em disputa”, disse o técnico dos ‘dragões’, que lideram o campeonato com uma vantagem de seis pontos para os detentores do cetro.
Apesar da ambição de vencer, Sérgio Conceição alertou para as dificuldades deste jogo, não hesitando em considerar que este "é o melhor Sporting dos últimos anos”.
“Está mais forte, não só pelo trajeto que tem feito, como campeão nacional, como também por estar nos oitavos de final da Liga dos Campeões, além de se ter reforçado com qualidade. Tem muitas opções, fazendo com que não se notem as ausências que possa ter”, analisou o treinador dos ‘azuis e brancos’.
Sérgio Conceição reiterou a ideia de que “é fácil perceber as dinâmicas do Sporting, mas é difícil anulá-las”, apontando que só um “FC Porto inteligente e sem abdicar dos seus princípios” poderá sair dos ‘clássico’ com o triunfo.
“E fácil perceber como Sporting se comporta, com e sem bola, mas temos de ser competentes na forma de os anular na sua dinâmica ofensiva e criar dificuldades. É uma equipa muito sólida. Parece que o adversário lhes chega muitas vezes ao último terço, mas agrupam-se bem, com uma linha defensiva com cinco, mais o apoio dos dois médios. Temos de ser inteligentes e não abdicarmos dos nossos princípios”, analisou o técnico.
Confrontado com os vários elogios que têm sido feitos à prestação do FC Porto, que segue com 16 vitórias consecutivas na I Liga, Sérgio Conceição confessou que os gosta de ouvir, mas que lhes dá importância limitada.
“Temos feito um trajeto bom, estamos em primeiro, mas as vitorias só são importantes para no final festejar o título com mais pontos do que os adversários. Em nome do grupo de trabalho, fico contente por ouvir elogios, mas não me deixo levar. O momento é o mais importante, porque no futebol tudo muda rapidamente. Os elogios dão-me responsabilidade, mas gostaria mais de os ouvir no final, com a conquista do título”, vincou.
Sérgio Conceição partilhou, ainda, que o guarda-redes Diogo Costa, que saiu lesionado da última partida do campeonato, em Arouca, tem “apresentado melhorias” e mostrou "confiança que vai poder jogar” frente ao Sporting.
O treinador afastou, também, a existência de uma pressão extra sobre Pepe, na missão de replicar o que fazia Luis Díaz na equipa, colocando ainda como opções para o corredor esquerdo o reforço Galeno ou Otávio.
Amorim confirma Pedro Gonçalves fora do clássico que é “obrigatório ganhar”
“O Pedro Gonçalves está fora do jogo, não vai ser convocado. Claro que é uma oportunidade para tirar pontos [ao FC Porto], um confronto que pode fazer a diferença. Não é preciso dar muita volta à cabeça e temos de encarar como uma final”, começou por dizer o técnico ‘leonino’, durante a conferência de imprensa de antevisão ao duelo, agendado para sexta-feira.
Os seis pontos que separam o campeão nacional, segundo colocado, do atual líder do campeonato é um cenário fácil de encarar para Rúben Amorim, pelo que considera existir margem zero.
“Para nós, é obrigatório vencer. Perder, são nove pontos [de diferença]. Empatar, são seis. Mas não podemos esquecer que temos um rival [Benfica] atrás e temos de ganhar. Não podemos diminuir a vantagem que temos para o Benfica. Não fica nada definido, mas já estive do outro lado e torna-se muito difícil”, argumentou.
Depois de medir forças com o FC Porto, o campeão nacional português joga a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, na terça-feira, frente ao Manchester City, de Inglaterra.
Ainda assim, Amorim apenas está concentrado “na montanha tão grande para escalar” e assegura que “não fará uma gestão” da equipa no Estádio do Dragão, a pensar no duelo com os ‘citizens’.
“Temos uma montanha tão grande para escalar. Temos o FC Porto agora, o jogo do título, e, depois, temos a melhor equipa do mundo. Acho que o Sporting está no lugar onde devia estar, em todas as frentes e temos de lidar com isso”, expressou.
Sobre a eventual utilização do avançado Slimani logo de início, contra os ‘azuis e brancos’, o treinador dos ‘leões’ reconhece o “passado muito bom” do jogador argelino, que “tem de se ambientar”.
“Tem um passado muito bom com o Porto, pode ser [utilizado] do banco ou a titular. Aqui, somos todos titulares, desde aquele que joga um minuto ou 89. São todos iguais para mim”, concluiu.
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