A ideia foi transmitida por António Salvador, Carlos Pereira e Álvaro Braga Júnior, respetivamente, no final de uma reunião de clubes da I Liga, um movimento apelidado G15, que se realizou hoje na cidade do Porto, sem a presença de qualquer representante dos denominados ‘três grandes’.

“Recebemos essa comunicação, mas não deve haver precipitações nem devemos refletir sobre suposições. Creio que é uma chamada de atenção, mas penso que o bom senso [dos árbitros] vai prevalecer”, disse Carlos Pereira, presidente do Marítimo.

António Salvador, líder do Sporting de Braga, partilhou a opinião do homólogo madeirense, mas lembrou que o clima hostil à arbitragem não tem sido feito pelos clubes ditos mais pequenos, deixando, ainda assim, um desafio aos árbitros.

“A APAF [Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol] já fez ameaças deste género no passado e acabou por prevalecer o bom senso. Mas, se falam de paragem, então que tenham coragem de parar nos jogos com os ‘três grandes’. São eles que têm feito este ambiente”, sublinhou o dirigente minhoto.

Já Álvaro Braga Júnior, dirigente do Boavista, disse “perceber a mágoa de alguns árbitros”, mas realçou que “não será pelas posições manifestadas pelo grupo de clubes [G15] que hoje esteve reunido”.

“Acredito que até ao fim de semana os árbitros vão rever a posição e vai imperar o bom senso. Não creio que tenhamos jornadas paradas, porque isso em nada vai beneficiar o futebol”, considerou o responsável do emblema ‘axadrezado’.

Estas declarações dos três dirigentes surgiram no final de uma reunião, que durou mais mais de quatro horas, entre clubes da I Liga, um movimento apelidado de G15 por não incluir os três ‘grandes’, FC Porto, Benfica e Sporting, e que teve como mote “a apresentação de propostas para a evolução do futebol português”.

No encontro, realizado num hotel da cidade do Porto, no qual apenas não participaram, devido a outros compromissos, representantes do Vitória de Guimarães, Vitória de Setúbal, Portimonense e Moreirense, foram já discutidas algumas medidas, que serão consubstanciadas numa próxima reunião, agendada para 29 de novembro, em Vila do Conde.

“Saiu fortalecido o futebol português, porque falámos de muitas coisas e preparámos o futuro com propostas que voltaremos discutir para melhorar a regulamentação”, disse Carlos Pereira.

Apesar de FC Porto, Benfica e Sporting não terem sido convidados para esta reunião, o dirigente do emblema insular destacou que esses clubes “não devem ficar de fora nas medidas para a melhoria do futebol português”, acrescentando que também não é intenção deste movimento “excluir a Federação [Portuguesa de Futebol] ou a Liga”.

António Salvador, presidente do Sporting de Braga, corroborou essa ideia, defendendo que a reunião hoje realizada não foi “contra ninguém, mas sim contra o estado atual do futebol português”, embora deixando uma mensagem aos ditos ‘grandes’.

“É impossível continuar assim, os três ‘grandes’ do futebol português têm de perceber, de uma vez por todas, que sem os restantes 15 clubes não há campeonato. É preciso que seja feito um debate profundo com todos”, afirmou o líder do emblema bracarense.

António Salvador considerou que “o estado do futebol português é preocupante”, reclamando medidas duras para “que as pessoas que envergonham o futebol português sejam, de uma vez por todas, erradicadas do dirigismo”.

Já Álvaro Braga Júnior, presidente da SAD do Boavista, disse ter saído desta reunião do G15 “confortado com a existência de propostas concretas, que serão, posteriormente, alinhavadas, para favorecer o futebol português, a Liga, a Federação e os clubes”.

O dirigente boavisteiro sublinhou, ainda, que “a maioria dos clubes presentes neste encontro tem um bom relacionamento com os três ‘grandes'”, considerando que o diálogo entre todos “acontecerá sempre”.

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